População de pets no país supera 160 milhões, setor deve faturar R$ 78 bilhões em 2025 e consolida tendência de consumo premium e tecnológica.
21 de Outubro de 2025 às 10h11

Crescimento de cães e gatos no Brasil altera padrão de consumo

População de pets no país supera 160 milhões, setor deve faturar R$ 78 bilhões em 2025 e consolida tendência de consumo premium e tecnológica.

O Brasil ultrapassou a marca de 160 milhões de animais de estimação e se tornou uma das maiores potências globais do setor pet, com crescimento contínuo nos últimos anos e mudança significativa no perfil de consumo das famílias. Hoje, há mais pets do que crianças em lares brasileiros, e o número médio é de 1,6 animal por residência. Enquanto os cães continuam liderando com mais de 62 milhões, os gatos vêm registrando o maior avanço proporcional, ultrapassando 30 milhões e crescendo mais rápido que qualquer outra espécie, impulsionados pelo aumento de apartamentos e lares unipessoais.

Crescimento com mudança de perfil do tutor

Comparando com 2019, a população pet no Brasil cresceu mais de 30%, enquanto a taxa de natalidade humana manteve trajetória de queda. A diversificação também chama atenção: aves ornamentais já somam mais de 42 milhões e os pequenos mamíferos e répteis alcançam cerca de 3 milhões, representando um avanço de quase 8% em apenas um ano. Esse cenário impulsiona diretamente o mercado, que registrou faturamento de R$ 77 bilhões em 2024 e deve atingir R$ 78 bilhões em 2025. Embora o ritmo de expansão previsto, de 3,5%, seja o menor desde 2019, ele confirma a estabilidade de um setor que cresce acima da média nacional mesmo sob pressão econômica.

Os hábitos de consumo estão mudando de forma expressiva. Produtos premium e alimentação natural cresceram mais de 20% desde 2020, enquanto itens convencionais avançaram menos de 5%. Serviços como planos de saúde veterinária, creches e hospedagens especializadas, que representavam menos de 5% do faturamento em 2018, agora superam 12% e podem chegar a 15% em 2025. O tutor brasileiro está gastando menos em volume, mas mais em qualidade — um movimento que consolida o conceito de “pet como membro da família”.

Tendências para 2025: tecnologia e sustentabilidade em alta

As projeções para 2025 indicam que o crescimento do setor será puxado por inovação e valor agregado, não necessariamente pelo aumento do número de animais. A tecnologia aparece como destaque: dispositivos inteligentes de monitoramento, alimentação automatizada e aplicativos de telemedicina veterinária registram crescimento anual superior a 15%. A sustentabilidade também se torna critério de compra, com produtos feitos a partir de fontes renováveis e embalagens biodegradáveis projetando expansão de quase 18%, superando em três vezes o desempenho de produtos tradicionais.

Mesmo com desafios ligados à carga tributária e à dependência de insumos importados, o setor pet mantém resiliência. Em 2024, 78% dos tutores afirmaram não reduzir gastos com seus animais, mesmo cortando despesas pessoais, o que evidencia um comprometimento emocional e econômico que sustenta o mercado. A expectativa para 2025 é de consolidação: menos expansão acelerada e mais especialização. O Brasil avança para um novo patamar em que o pet deixa de ser apenas companhia e se torna parte estruturante do estilo de vida das famílias.

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