A PF cumpriu mandados contra Luiz França e ex-secretários de Tocantins em investigação sobre desvios de emendas.
31 de Outubro de 2025 às 12h02

Polícia Federal realiza buscas em operação contra dirigente do Podemos e ex-secretários de TO

A PF cumpriu mandados contra Luiz França e ex-secretários de Tocantins em investigação sobre desvios de emendas.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira, 31, uma operação de busca e apreensão contra Luiz França, secretário nacional do Podemos, e ex-secretários do governo de Tocantins. A ação faz parte da investigação sobre desvios de emendas, conhecida como Operação Overclean.

As buscas ocorreram em Brasília e marcam a oitava fase da operação, que ampliou seu escopo para licitações no Estado de Tocantins. Isso se deu após a PF obter provas que indicam a atuação de um grupo de empresários envolvidos em fraudes licitatórias. Até o momento, a defesa de França e o partido não se pronunciaram sobre o caso.

Segundo as investigações, o grupo liderado pelo empresário Alex Parente teria conseguido contratos em Tocantins de forma fraudulenta, mediante o pagamento de propinas a servidores públicos. Foram cumpridos cinco mandados de busca em cidades como Brasília, São Paulo, Palmas e Gurupi (TO).

Além de Luiz França, também foram alvos da operação Éder Martins Fernandes, ex-secretário de Educação do governo de Tocantins, e Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de parcerias e investimentos. O ex-diretor da Secretaria de Educação de Goiânia, Ítalo Moreira de Almeida, também foi investigado.

A operação foi autorizada pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A Operação Overclean foi criada com o intuito de desarticular uma organização criminosa que direcionava recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. A investigação teve início a partir de apurações de infrações penais relacionadas ao pregão eletrônico 3/2021, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia.

Em dezembro de 2024, a PF deflagrou a primeira fase da operação, resultando na prisão de 17 pessoas e no cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Entre os detidos estava Francisco Manoel do Nascimento Neto, primo do líder do União Brasil na Câmara, deputado federal Elmar Nascimento (BA).

Na ocasião, a PF apreendeu R$ 1.538.700,00 com um suspeito de envolvimento em desvios milionários de recursos públicos. A quantia, considerada de origem ilícita, seria destinada ao pagamento de propinas em Brasília.

Os investigadores descobriram que o dinheiro foi transportado em um voo particular que saiu de Salvador (BA) com destino à capital federal, onde estavam o empresário Alex Parente e Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador do DNOCS.

Alex Parente e seu irmão Fabio são apontados como líderes do esquema de desvio, ao lado do empresário José Marcos de Moura, conhecido na Bahia como “rei do lixo”, que teria alugado a aeronave utilizada no transporte do dinheiro.

Além do montante em dinheiro, a PF encontrou documentos e planilhas que corroboram as suspeitas de fraudes. Dias após a primeira fase, a PF deflagrou a segunda fase da operação, que resultou na prisão de um policial federal e do vice-prefeito da cidade baiana de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro Neto, entre outros. Contudo, esses detidos foram liberados no dia seguinte por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

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