Polícia Civil realiza operação contra quadrilha de receptação de celulares em SP
Ação visa desmantelar grupo que movimentava até 30 celulares roubados por dia na capital e região metropolitana
Nesta terça-feira, 4, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação contra uma quadrilha especializada na receptação de celulares roubados na capital paulista e em municípios da região metropolitana. As investigações indicam que o grupo movimentava entre vinte e trinta aparelhos diariamente, conforme informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Participam da operação cerca de 110 policiais, que estão realizando buscas e apreensões em 28 endereços localizados em São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mauá, Suzano e Hortolândia. Até o início da manhã desta terça, três pessoas já haviam sido presas, e mandados de prisão temporária estão sendo cumpridos contra outros suspeitos de integrar a quadrilha.
De acordo com a polícia, o centro logístico de receptação dos celulares funcionava em um bar de fachada na Rua Cásper Líbero, na região central de São Paulo. O comunicado da Polícia Civil destaca que “ao atacar os elos responsáveis pela circulação e revenda dos aparelhos, a corporação busca enfraquecer não apenas essa organização, mas também as conexões que mantêm ativo o mercado paralelo de celulares roubados”.
Entre janeiro e agosto deste ano, mais de 500 celulares foram roubados por dia em São Paulo, o que equivale a um crime dessa natureza a cada três minutos na capital. Esses dados são provenientes da Secretaria de Segurança Pública.
A ação realizada nesta terça-feira representa uma nova fase da operação Mobile Strike, que foi iniciada pela Polícia Civil em 2025. As investigações estão sendo coordenadas pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), da 2ª Delegacia de Investigações sobre Crimes de Intervenção Estratégica, com o apoio da Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas (Divecar) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo. Os aparelhos apreendidos e os suspeitos detidos foram encaminhados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), na capital paulista.
A quadrilha, segundo as investigações, tinha uma estrutura hierarquizada, com divisões de funções entre os integrantes. Havia os responsáveis pela subtração dos aparelhos, conhecidos como “roubadores”, intermediários que atuavam como negociadores e revendedores que abasteciam o comércio clandestino, inclusive com remessas ao exterior.
Os criminosos utilizavam estabelecimentos comerciais como fachada para facilitar as negociações entre os “roubadores” e os intermediários. Um dos locais identificados foi o bar na Avenida Cásper Líbero, que servia como ponto de encontro para as atividades do esquema.
A operação Mobile Strike é parte de uma ofensiva mais ampla que visa desarticular redes envolvidas na cadeia criminosa de receptação e revenda de celulares, um mercado ilegal que alimenta outros crimes patrimoniais, como furtos e roubos violentos. O foco das investigações é atingir o núcleo financeiro e logístico da quadrilha, enfraquecendo as estruturas que sustentam o comércio ilegal de dispositivos tecnológicos.
Veja também: