PF deflagra operação contra quadrilha que fraudava pensões na UFRJ
Grupo criminoso é acusado de desviar R$ 1,2 milhão em benefícios de servidores falecidos. Quatro pessoas foram presas.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (30/11) a operação Capgras, com o objetivo de desmantelar uma quadrilha envolvida em fraudes de pensões e aposentadorias de servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Até o momento, quatro pessoas foram presas, sendo duas no Rio de Janeiro, uma em Nilópolis, na Baixada Fluminense, e outra em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo.
Além das prisões, a operação conta com 23 mandados de busca e apreensão. Na residência do principal alvo, em Mogi das Cruzes, a PF encontrou uma estação de trabalho que supostamente era utilizada para as atividades criminosas, além de computadores, arquivos, documentos e anotações que detalham o funcionamento da quadrilha.
Durante as investigações, os agentes descobriram que o grupo utilizava documentos falsos para cadastrar beneficiários inexistentes, desviando assim pensões de servidores já falecidos. A fraude foi identificada após um pensionista da UFRJ denunciar que um filho que não existia havia sido habilitado como beneficiário de sua pensão.
Após a denúncia, a UFRJ realizou uma auditoria e encontrou diversos casos semelhantes, levando a instituição a repassar as informações à PF. Estima-se que o prejuízo causado à universidade seja de aproximadamente R$ 1,2 milhão. A PF investiga se outros órgãos públicos também foram afetados pela mesma organização criminosa.
Os agentes também descobriram que a quadrilha estava envolvida em outros crimes, como golpes bancários e fraudes em benefícios previdenciários. O grupo movimentou cerca de R$ 22 milhões em três anos, utilizando laranjas e empresas de fachada para lavar o dinheiro ilícito. Parte desse montante pode ter sido repassada a integrantes de facções criminosas atuantes no Rio de Janeiro.
Na casa de um dos acusados, localizada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, foram apreendidos valores em espécie, joias, relógios de alto valor, veículos, além de celulares e uma máquina de contar dinheiro. As investigações foram coordenadas pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF.
A PF não descarta a possibilidade de que outros órgãos públicos tenham sido vítimas da organização criminosa. As investigações estão em andamento e novos desdobramentos podem ocorrer à medida que mais informações sejam apuradas.
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