Polícia Federal investiga fraudes de R$ 22 milhões em pensões da UFRJ
A Operação Capgras visa desmantelar esquema criminoso que desviou recursos de aposentadorias de servidores falecidos da UFRJ.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (30) a Operação Capgras, que investiga um esquema de fraudes em pensões e benefícios de servidores falecidos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo criminoso é acusado de desviar cerca de R$ 22 milhões entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024, utilizando falsificação de documentos, estelionato, lavagem de dinheiro e empresas de fachada.
Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo bairros do Rio de Janeiro como Barra da Tijuca, Recreio e Piedade, além de cidades como Nova Iguaçu, Nilópolis, Mangaratiba e Mogi das Cruzes, em São Paulo.
Os investigadores descobriram que os suspeitos se passavam por familiares de ex-professores da UFRJ para receber indevidamente pensões e benefícios. Além disso, foram identificadas outras fraudes, como golpes bancários e irregularidades em benefícios previdenciários. A PF também encontrou indícios de que parte dos recursos desviados poderia ter sido destinada a pessoas ligadas à cúpula de uma das principais facções criminosas do estado.
A investigação teve início após uma denúncia de um pensionista da UFRJ, que notou a inclusão de um beneficiário falso em sua pensão. A universidade, ao realizar uma auditoria interna, identificou outros casos semelhantes, resultando em um prejuízo estimado de R$ 1,2 milhão.
Os suspeitos poderão responder por diversos crimes, incluindo falsificação de documento público, estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação é coordenada pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da PF, com apoio da Unidade de Investigações Sensíveis e do Núcleo de Identificação da PF.
As investigações revelaram um complexo esquema de movimentações financeiras, com a utilização de laranjas e empresas de fachada para ocultar a origem e o destino dos valores obtidos de forma ilegal. Os membros do grupo utilizavam documentação fraudulenta para ludibriar a UFRJ, enganando a instituição e os órgãos de previdência.
A PF não descarta a possibilidade de que o grupo tenha atuado contra outros órgãos públicos, ampliando o alcance de suas fraudes. A operação Capgras, que leva o nome de uma síndrome psiquiátrica, reflete a complexidade e a gravidade das ações criminosas que estão sendo investigadas.
O desmantelamento desse esquema é um passo importante para a recuperação dos recursos desviados e para a responsabilização dos envolvidos. A PF continua a apurar os desdobramentos do caso e a identificar outros possíveis envolvidos nas fraudes.
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