Ação visa desmantelar esquema que envolve traficantes, empresários e influenciadores; 20 milhões teriam sido movimentados
30 de Outubro de 2025 às 09h35

Ministério Público deflagra operação contra lavagem de dinheiro do PCC em SP

Ação visa desmantelar esquema que envolve traficantes, empresários e influenciadores; 20 milhões teriam sido movimentados

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 30, uma operação contra um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria movimentado cerca de R$ 20 milhões. A operação, chamada Off White, resultou na expedição de nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão em cidades como Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu.

As investigações apontam que o PCC já está presente em pelo menos 28 países, incluindo Turquia e Japão. A operação é um desdobramento de uma ação anterior que culminou na prisão de dois empresários acusados de planejar o assassinato do promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas.

De acordo com informações preliminares, ao menos dois suspeitos foram detidos até o momento. Durante o cumprimento dos mandados, houve um confronto entre policiais e um dos investigados, que resultou na morte do suspeito, enquanto um sargento da Polícia Militar ficou ferido e foi encaminhado a um hospital.

Entre os principais alvos da operação estão dois dos mais procurados traficantes do Brasil: Sérgio Luiz de Freitas, conhecido como “Mijão”, e Álvaro Daniel Roberto, apelidado de “Caipira”. Ambos são considerados lideranças do PCC e acredita-se que estejam foragidos na Bolívia, um local que se tornou um refúgio para chefes da facção criminosa.

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A operação também resultou na prisão de Eduardo Magrini, conhecido como “Diabo Loiro”, que é apontado como membro do alto escalão do PCC. Magrini, que já foi envolvido em ataques contra forças de segurança, atualmente se apresenta como influenciador digital.

Os mandados foram cumpridos pelo Gaeco em conjunto com o 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), contando com a participação de dezenas de agentes. A operação visa desarticular um esquema que, segundo as investigações, ocultava a origem criminosa de valores por meio de atividades empresariais aparentemente lícitas.

As investigações revelaram que os alvos acumulavam capital e patrimônio oriundos do tráfico de drogas, utilizando estratégias para disfarçar a origem ilícita dos recursos. Em decorrência de desavenças internas, foram realizadas transações financeiras e imobiliárias para dissipar o patrimônio e ocultar os verdadeiros beneficiários.

O Gaeco informou que a 4ª Vara Criminal da Comarca de Campinas acolheu os pedidos da operação, que também incluiu o bloqueio de 12 imóveis de alto padrão e valores em contas bancárias dos envolvidos. As investigações continuam em busca de outros possíveis envolvidos no esquema.

A operação é um reflexo do esforço contínuo das autoridades para combater o crime organizado e a lavagem de dinheiro em São Paulo, um estado que enfrenta desafios significativos relacionados ao tráfico de drogas e ao poder das facções criminosas.

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