PF realiza operação contra esquema que desviou R$ 813 milhões via Pix
Investigação apura crimes de organização criminosa, invasão de dispositivos e lavagem de dinheiro em várias regiões do Brasil e exterior
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (30) a segunda fase da Operação Magna Fraus, voltada para investigar um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 813 milhões de contas utilizadas por bancos e instituições financeiras para gerenciar transferências via Pix. A ação ocorre em várias cidades do Brasil e conta com apoio internacional da Interpol.
Os envolvidos são acusados de crimes como organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que os criminosos teriam realizado um ataque cibernético em julho, afetando pelo menos seis instituições financeiras, com parte do montante desviado sendo convertido em criptoativos.
De acordo com a PF, a vulnerabilidade explorada pelos hackers estava relacionada à C&M Software, uma empresa que fornece serviços para o setor financeiro e conecta as instituições ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Fundada em 1999, a C&M é responsável pela mensageria que interliga as instituições ao Banco Central (BC), sendo crucial para o funcionamento do Pix.
Na operação, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 26 mandados de prisão, sendo 19 preventivas e 7 temporárias. As ações ocorreram em cidades como Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Betim (MG), Uberlândia (MG), João Pessoa (PB) e Camaçari (BA). Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que somam até R$ 640 milhões.
Uma parte dos investigados está fora do Brasil, e as prisões internacionais estão sendo realizadas com a ajuda da Interpol e das polícias da Espanha, Argentina e Portugal. A cooperação internacional é fundamental para o sucesso da operação, já que muitos dos suspeitos podem ter se evadido para outros países.
A apuração é conduzida pela PF com o apoio do Cyber Gaeco do Ministério Público do Estado de São Paulo. A primeira fase da operação, que ocorreu em julho, já havia revelado a atuação de um grupo especializado em fraudes e lavagem de dinheiro, utilizando técnicas avançadas para ocultar a origem dos valores ilícitos.
As investigações continuam em andamento, e a PF busca identificar os líderes do grupo criminoso, além de recuperar os recursos desviados. A magnitude do esquema e a complexidade das operações realizadas pelos criminosos chamam a atenção das autoridades, que reforçam a necessidade de medidas de segurança mais rigorosas no setor financeiro.
Com a realização da segunda fase da operação, a Polícia Federal demonstra seu compromisso em combater a criminalidade organizada e proteger o sistema financeiro nacional, garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados por seus atos.
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