Scott Bessent alerta que altas taxas de juros podem estar afetando setor imobiliário dos EUA
Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirma que o mercado imobiliário pode já estar em recessão devido às taxas elevadas.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o setor imobiliário do país pode estar enfrentando uma recessão, em grande parte devido às altas taxas de juros. Durante uma entrevista ao programa "State of the Union" da CNN, Bessent reiterou seu apelo para que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, acelere a redução das taxas de juros.
“Acho que estamos em boa forma, mas há setores da economia que estão em recessão”, comentou Bessent. Ele destacou que, embora a economia americana como um todo continue sólida, as altas taxas de hipoteca têm prejudicado severamente o mercado imobiliário. “A habitação está efetivamente em uma recessão que afeta mais duramente os consumidores de baixa renda, que têm dívidas e não ativos”, acrescentou.
As vendas pendentes de casas nos Estados Unidos permaneceram estáveis em setembro, conforme dados da Associação Nacional de Corretores de Imóveis. Bessent descreveu o atual ambiente econômico como um período de transição, onde as políticas do Fed têm gerado desafios significativos.
Recentemente, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a instituição pode não realizar novos cortes nas taxas em sua próxima reunião, programada para dezembro. Essa declaração gerou críticas de Bessent e de outras figuras do governo, que temem que a manutenção das taxas elevadas possa agravar a recessão em certos setores.
Stephen Miran, um dos governadores do Federal Reserve e que está de licença do cargo de presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, também expressou preocupações. Em entrevista ao New York Times, ele alertou que o Fed corre o risco de induzir uma recessão se não agir rapidamente para reduzir as taxas de juros.
Miran, que deverá retornar ao seu cargo na Casa Branca em janeiro, foi um dos dois governadores que discordaram da recente decisão do Fed de cortar as taxas em 25 pontos-base. Ele defendeu um corte mais agressivo de 50 pontos-base, ou 0,5 ponto percentual, para estimular a economia.
“Se mantivermos a política tão rígida por um longo período, corremos o risco de que a própria política monetária esteja induzindo uma recessão”, declarou Miran. Ele também enfatizou que não vê motivos para correr esse risco, a menos que haja preocupação significativa com a inflação.
Bessent concordou com Miran, ressaltando que os cortes nos gastos do governo, implementados pela administração Trump, ajudaram a reduzir a relação entre o déficit e o Produto Interno Bruto (PIB) de 6,4% para 5,9%. Ele acredita que essa redução deve contribuir para a diminuição da inflação e que o Fed pode ajudar ainda mais ao continuar a cortar as taxas de juros.
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