Megaoperação no Rio: Vídeos revelam resgates e confrontos intensos entre policiais e criminosos
Filmagens inéditas mostram a ação policial nos complexos do Alemão e da Penha, com momentos de tensão e bravura.
No último domingo (2), o programa Fantástico exibiu imagens exclusivas da megaoperação realizada no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes e intensos confrontos entre policiais e criminosos. As filmagens, capturadas por drones e câmeras corporais, revelam a realidade brutal enfrentada pelos agentes de segurança durante a ação nos complexos da Penha e do Alemão.
A operação teve início na madrugada de 28 de outubro, quando cerca de 2.500 policiais civis e militares invadiram as comunidades. À medida que os agentes avançavam, os tiroteios se intensificavam, com criminosos fortemente armados se escondendo nas matas, prontos para atacar.
Imagens gravadas pela polícia mostram bandidos armados com fuzis de uso militar, como AK-47 e AR-15, enquanto tentavam se proteger. “Nunca vi tanto tiro na minha vida”, afirmou o repórter cinematográfico Marcello Dórea, que acompanhou a operação.
Um dos momentos mais dramáticos ocorreu quando o delegado Bernardo Leal foi baleado na perna. Os policiais, sob fogo cruzado, precisaram improvisar uma maca para resgatar o colega. “Eles tiveram que amarrar um pedaço de madeira na perna para amenizar o ferimento”, contou Jadson Marques, outro repórter que estava presente.
Os registros mostram a bravura dos policiais, que enfrentaram o perigo para salvar seus companheiros. O sargento Cleiton Serafim Gonçalves, do BOPE, foi um dos heróis da operação, salvando colegas feridos antes de ser atingido e não resistir aos ferimentos.
Além dos resgates, os vídeos revelam a violência do confronto. Policiais foram atacados por criminosos armados enquanto tentavam avançar nas áreas de mata. O sargento Walner Santana, do Batalhão de Ações com Cães, também foi ferido durante os confrontos.
As imagens de drones mostram a desordem nas comunidades, com barricadas em chamas e a tática de guerrilha utilizada pelos criminosos. “Não podemos normalizar a presença de fuzis na sociedade”, afirmou o governador Cláudio Castro, que elogiou a ação dos policiais e a coragem demonstrada durante a operação.
O governo do estado divulgou que 26 pessoas foram presas durante a operação, enquanto a população local tentava retornar para casa em meio ao caos. Os transportes públicos ficaram lotados e muitos moradores se viram obrigados a voltar a pé.
Na manhã seguinte, moradores se reuniram na Praça São Lucas, trazendo corpos encontrados na mata, uma cena que marcou a história da cidade. Entre os mortos, 115 já foram identificados, sendo a maioria com anotações criminais. Quatro policiais também perderam a vida durante a operação.
O foco principal da ação, o líder do Comando Vermelho, conhecido como Doca, não foi localizado. O governador anunciou a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado para promover ações integradas entre as forças de segurança.
A megaoperação, que durou cerca de 18 horas, deixou um rastro de dor e perda, mas também evidenciou a determinação das autoridades em combater a criminalidade no estado.
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