Em entrevista, presidente americano afirma que outros países realizam testes sem informar ao público, e justifica sua posição.
03 de Novembro de 2025 às 09h49

Trump acusa China e Rússia de testes nucleares secretos e defende retomada nos EUA

Em entrevista, presidente americano afirma que outros países realizam testes sem informar ao público, e justifica sua posição.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em uma entrevista ao programa “60 Minutes” da CBS, que a China e a Rússia estão realizando testes nucleares subterrâneos sem que a opinião pública tenha conhecimento. Durante a conversa, que foi ao ar no último domingo, 2 de novembro, Trump declarou: “A Rússia testa, a China testa, mas eles não falam sobre isso”.

Trump, que tem 79 anos e é ex-presidente dos EUA, também indicou que os Estados Unidos devem retomar seus próprios testes nucleares, afirmando: “Estou dizendo que vamos testar armas nucleares como outros países fazem”. A declaração gerou preocupação e protestos em várias partes do mundo, especialmente considerando que os EUA não realizam testes nucleares desde 1992.

Em resposta às alegações de Trump, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, negou as acusações, afirmando que “a China sempre seguiu o caminho do desenvolvimento pacífico” e que respeita seu compromisso de suspender testes nucleares. Mao afirmou: “A China não realiza testes nucleares e mantém uma política de não ser a primeira a usar armas nucleares”.

Trump insistiu que a falta de transparência sobre os testes nucleares de outros países é preocupante, mencionando que esses testes são realizados em locais subterrâneos, onde a população não tem conhecimento do que está acontecendo. “Eles fazem testes em locais de grande profundidade, onde as pessoas não sabem exatamente o que está acontecendo”, disse o presidente.

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Além disso, Trump acrescentou à sua lista de países que supostamente testam armas nucleares a Coreia do Norte e o Paquistão, afirmando que não quer que os Estados Unidos sejam o único país a não realizar testes. “Não quero ser o único país que não realiza testes”, enfatizou.

O secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, minimizou a possibilidade de que a administração Trump realmente execute testes nucleares, esclarecendo que os testes planejados seriam “explosões não críticas”. Wright explicou que esses testes envolvem a verificação de componentes de armas nucleares sem a detonação de uma ogiva nuclear.

A retórica nuclear voltou a ganhar força no cenário internacional após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, e as declarações de Trump surgem em um momento de crescente tensão geopolítica. Desde a última detonação nuclear realizada pela Coreia do Norte em 2017, nenhum outro país, incluindo Rússia e China, conduziu testes desse tipo.

As afirmações de Trump sobre os testes nucleares coincidem com o anúncio da Rússia sobre a realização de testes de um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, e de um drone submarino com capacidade nuclear. A situação atual levanta preocupações sobre a possibilidade de uma nova corrida armamentista.

Os Estados Unidos são signatários do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (Tice), e a realização de testes nucleares violaria esse compromisso internacional. A comunidade internacional observa atentamente as declarações de Trump, que podem ter implicações significativas para a segurança global.

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