Alexander Stubb, presidente da Finlândia, destaca mudanças na segurança global em discurso de Helsinque.
03 de Novembro de 2025 às 10h09

Finlândia inicia nova era nuclear após declarações de Trump sobre testes

Alexander Stubb, presidente da Finlândia, destaca mudanças na segurança global em discurso de Helsinque.

O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, declarou nesta segunda-feira (3) que o mundo entrou em uma "nova era das armas nucleares", em resposta ao anúncio dos Estados Unidos sobre a intenção de retomar os testes nucleares. Em um discurso proferido em Helsinque, Stubb enfatizou que a "lógica da dissuasão" e a "estabilidade estratégica entre as superpotências" estão passando por uma transformação significativa.

Stubb afirmou: “Entramos em uma nova era em matéria de armas nucleares, na qual, infelizmente, a importância dessas armas tem aumentado”. A declaração ocorre em um momento de crescente tensão global, especialmente após o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado que os EUA pretendem realizar novos testes nucleares, embora não tenha especificado se isso incluiria a detonação de explosões nucleares, algo que não acontece desde 1992.

O anúncio de Trump se seguiu a relatos de que a Rússia teria testado um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, e um drone submarino com capacidades nucleares. Apesar do aumento das tensões, nenhum país, exceto a Coreia do Norte, realizou testes nucleares nas últimas décadas, com a Rússia e a China não realizando tais testes desde 1990 e 1996, respectivamente.

Durante seu discurso, Stubb levantou questões cruciais sobre segurança: “Como podemos construir juntos uma força dissuasora? Como podemos controlar a escalada?”. Essas perguntas refletem a necessidade de a Finlândia, que compartilha uma extensa fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, repensar sua estratégia de segurança em meio a um cenário internacional em mudança.

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A Finlândia, que tradicionalmente manteve uma posição de não alinhamento militar, ingressou na OTAN em 2023, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Essa mudança de postura é vista como uma resposta direta às novas ameaças percebidas na região e à necessidade de fortalecer laços com aliados.

A retórica nuclear tem ressurgido com frequência desde a invasão da Ucrânia, o que tem gerado preocupações em várias partes do mundo. A declaração de Stubb ressalta a urgência de abordar essas questões com os aliados da OTAN e reforçar a segurança na região nórdica.

O discurso de Stubb também destaca a importância de um diálogo contínuo sobre desarmamento e controle de armas, especialmente em um momento em que a confiança entre as potências nucleares está em baixa. A Finlândia, ao se alinhar mais estreitamente com a OTAN, busca garantir uma postura de defesa robusta diante das incertezas globais.

Enquanto as tensões aumentam, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos das declarações de Trump e as reações subsequentes dos líderes mundiais. A situação atual exige uma análise cuidadosa das implicações para a segurança global e a estabilidade estratégica.

As declarações de Stubb e Trump colocam em evidência a necessidade de um compromisso renovado com a diplomacia e a prevenção de conflitos armados, especialmente em um contexto onde as armas nucleares voltam a ser um tema central nas discussões de segurança internacional.

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