Helder Barbalho rebate declarações do presidente americano sobre rodovia na Amazônia usada para a conferência climática
10 de Novembro de 2025 às 12h17

Governador do Pará responde a Trump sobre críticas à COP30: 'É melhor agir do que postar'

Helder Barbalho rebate declarações do presidente americano sobre rodovia na Amazônia usada para a conferência climática

O governador do Pará, Helder Barbalho, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), reagiu às críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém. Trump, em uma postagem na rede social Truth Social, afirmou que parte da Floresta Amazônica foi devastada para a construção de uma rodovia que facilitaria o acesso de ambientalistas ao evento.

Na sua publicação, Trump declarou: “Eles devastaram a Floresta Amazônica do Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas. Isso virou um grande escândalo!”. A rodovia mencionada é a Avenida Liberdade, que liga Alça Viária à Avenida Perimetral, facilitando o trânsito na região metropolitana de Belém.

Em resposta, Barbalho destacou que, em vez de criticar a obra, Trump deveria focar em ações concretas para combater as mudanças climáticas. “Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia, com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado”, afirmou o governador.

Barbalho ainda convidou Trump para participar da COP30 e experimentar a culinária paraense, dizendo: “Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”.

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A construção da Avenida Liberdade, segundo fontes do governo, não é de responsabilidade do governo federal e não faz parte das obras preparatórias para a conferência. A Secretaria Extraordinária para a COP30, vinculada à Casa Civil, informou que a rodovia pode ser classificada como “verde”, pois cumpre a legislação ambiental.

De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra) do Pará, o projeto da avenida segue o traçado de um linhão de energia em uma área onde a vegetação já havia sido suprimida. A obra visa reduzir o tempo de deslocamento e evitar a emissão de 17,7 mil toneladas de CO₂ anualmente.

A Seinfra também ressaltou que a intervenção possui licença ambiental e atende a 57 condicionantes sociais e ambientais, incluindo passagens de fauna, ciclovia e sistema de iluminação solar. O governo do Pará afirma que apenas 20% do percurso da rodovia teve desmatamento, em áreas de vegetação secundária já alteradas por atividades humanas.

Com a COP30 em andamento, o governador do Pará enfatiza a importância de um diálogo construtivo sobre o meio ambiente, ressaltando os avanços na preservação da Amazônia. O estado do Pará tem liderado a redução do desmatamento na Amazônia Legal, com uma queda de 12,4% no último ciclo anual e de 60% em relação a 2021.

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