Inflação recua para 0,09% em outubro, a menor taxa em 27 anos, aponta IBGE
A queda da inflação é impulsionada pela redução nos preços da energia elétrica e alimentos. Projeções para 2025 também são abordadas.
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma desaceleração significativa, atingindo 0,09% em outubro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, a alta havia sido de 0,48%.
Esse índice de 0,09% representa a menor taxa para o mês de outubro desde 1998, quando o índice foi de apenas 0,02%. O resultado também ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,15%, conforme informações da agência Bloomberg. As estimativas variavam entre 0,08% e 0,23%.
Com esses novos dados, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses caiu para 4,68%, uma redução em relação aos 5,17% registrados na divulgação anterior. Apesar da queda, o índice ainda permanece acima do teto da meta de inflação, que é de 4,5%, estabelecida pelo Banco Central (BC).
Os analistas já esperavam uma inflação menor em outubro, influenciada por fatores como a queda nos preços da energia elétrica. No mês passado, a conta de luz teve uma redução de 2,39%, o que contribuiu para uma diminuição de 0,10 ponto percentual no índice geral.
Essa redução nos preços da energia ocorreu após um aumento significativo em setembro, que chegou a 10,31%, devido ao fim do desconto temporário oferecido pela usina de Itaipu nas faturas de agosto.
Em outubro, o custo da energia ainda estava sob bandeira vermelha, mas no patamar 1, o que significa que a sobretaxa foi menor em comparação ao patamar 2, que estava em vigor no mês anterior.
Projeções e metas
As projeções do mercado financeiro indicam que o IPCA deve atingir 4,55% no acumulado de 12 meses em 2025, conforme o boletim Focus, publicado pelo Banco Central na segunda-feira (10). Essa previsão também está acima do teto da meta de inflação.
Entretanto, alguns economistas acreditam que a variação pode se manter dentro do intervalo da meta até o final do ano. Em 2025, o Banco Central adotará uma nova abordagem para o cumprimento da meta, abandonando o modelo de ano-calendário.
No novo sistema, a meta será considerada descumprida se o IPCA permanecer fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. Esse intervalo vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto), com um alvo central de 3%.
O índice ultrapassou pela primeira vez a meta contínua em junho, o que gerou preocupações sobre a trajetória da inflação no país.
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