Explosão ocorreu em frente a um tribunal da capital paquistanesa, com autoria reivindicada pelo Talibã paquistanês.
11 de Novembro de 2025 às 13h03

Atentado suicida em Islamabad deixa 12 mortos e 27 feridos nesta terça-feira

Explosão ocorreu em frente a um tribunal da capital paquistanesa, com autoria reivindicada pelo Talibã paquistanês.

Um atentado suicida em frente ao tribunal distrital de Islamabad, capital do Paquistão, resultou na morte de pelo menos 12 pessoas e deixou 27 feridas nesta terça-feira, 11. O ataque foi reivindicado pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), que declarou que um de seus membros realizou a ação.

O ministro do Interior do Paquistão, Mohsin Naqvi, informou que o ataque ocorreu por volta de 12h30 (horário local), quando o atacante detonou um dispositivo explosivo próximo a uma viatura policial. O incidente aconteceu em um horário de grande movimento, quando o local costumava estar lotado de pessoas aguardando audiências.

Naqvi relatou que o homem-bomba tentou inicialmente entrar no prédio do tribunal, mas, ao ser impedido, optou por detonar os explosivos do lado de fora. “Estamos investigando este incidente sob diferentes perspectivas. Não se trata apenas de mais um atentado. Aconteceu bem no centro de Islamabad”, afirmou o ministro.

Imagens e vídeos divulgados pela mídia local mostraram cenas de caos e desespero, com vítimas cobertas de sangue e pessoas correndo em busca de socorro. Testemunhas relataram que o som da explosão foi ouvido a quilômetros de distância.

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O TTP, que compartilha ideologia com os talibãs afegãos, reivindicou a autoria do ataque em um comunicado, afirmando que ações semelhantes continuarão a ser realizadas contra aqueles que aplicam leis consideradas não islâmicas. O grupo também é conhecido por atacar frequentemente as forças de segurança paquistanesas.

As autoridades locais estão enfrentando um aumento de ataques terroristas nos últimos meses, com o ressurgimento do TTP, que se fortaleceu desde a tomada do poder pelos talibãs no Afeganistão em 2021. Na noite anterior ao atentado em Islamabad, forças de segurança do Paquistão frustraram uma tentativa de ataque a uma academia militar em Wana, onde um homem-bomba e outros militantes tentaram fazer reféns.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou o ataque e pediu uma investigação completa, enfatizando que os responsáveis devem ser levados à justiça. Ele descreveu os ataques contra civis como “repreensíveis” e reafirmou o compromisso do governo em proteger a população.

A escalada da violência na região tem gerado preocupações sobre a segurança e a estabilidade do Paquistão, que já enfrenta tensões com o Afeganistão. Recentes confrontos entre os dois países resultaram em várias mortes, e as negociações de paz têm se mostrado difíceis, com as autoridades paquistanesas exigindo garantias de que o governo afegão não apoiará mais o TTP.

O atentado em Islamabad marca um retorno da violência na capital, que havia permanecido relativamente segura nos últimos anos, com o último ataque suicida registrado em dezembro de 2022. A situação atual destaca os desafios contínuos enfrentados pelo Paquistão na luta contra o terrorismo e a necessidade de um esforço conjunto para restaurar a segurança.

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