CPMI do INSS cancela sessão após depoentes apresentarem justificativas
A sessão que ouviria Thiago Schettini e Jucimar Fonseca da Silva foi suspensa devido a habeas corpus e atestado médico.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) cancelou a sessão que estava agendada para esta segunda-feira (17). O cancelamento ocorreu após os depoentes convocados apresentarem justificativas que impediram suas comparências.
O empresário Thiago Schettini, um dos principais investigados no esquema de fraudes do INSS, apresentou um habeas corpus que lhe garante o direito de não comparecer à CPMI. A decisão de não comparecer foi respaldada por um documento judicial recente.
Por outro lado, Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, também não compareceu, apresentando um atestado médico que alegava a falta de condições para prestar depoimento. No entanto, a junta médica do Senado já havia concluído que ele estava apto a ser interrogado, o que pode levar a uma nova convocação.
Jucimar é considerado um dos principais alvos das investigações, respondendo a 11 requerimentos de convocação. Durante sua gestão, ele teria autorizado o desbloqueio em lote de descontos associados ao esquema de fraudes, o que gerou grande repercussão entre os parlamentares.
Thiago Schettini é apontado por investigadores como um “facilitador” no desvio de aposentadorias da Previdência Social. Ele foi convocado por quatro requerimentos, incluindo um do deputado Rogério Correia (PT-MG), e sua ausência na CPMI levanta preocupações sobre o andamento das investigações.
A CPMI foi instaurada após a Polícia Federal revelar, em abril, um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, que teria causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As investigações já resultaram no afastamento de cinco servidores e na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
O esquema, segundo as apurações, envolvia três níveis de atuação: operadores financeiros, servidores que manipulavam o sistema e políticos com influência sobre os envolvidos. As investigações levaram à prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e de outras quatro pessoas, além de operações de busca contra Ahmed Mohamad Oliveira, ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro, e o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG).
Com a suspensão da sessão, a CPMI poderá reavaliar as estratégias de convocação dos depoentes e dar continuidade às investigações sobre as fraudes no INSS. A expectativa agora é que novos requerimentos sejam apresentados para garantir a presença de Jucimar e Thiago na próxima sessão.
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