Presidente reafirma confiança em Jorge Messias, mas sua escolha levanta críticas sobre alinhamento político
20 de Novembro de 2025 às 16h18

Lula indica Jorge Messias para o STF, mas sua escolha gera desconfiança e críticas

Presidente reafirma confiança em Jorge Messias, mas sua escolha levanta críticas sobre alinhamento político

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso. Em suas declarações, Lula expressou a certeza de que Messias "seguirá cumprindo seu papel na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito no STF, como tem feito em toda a sua vida pública".

Essa escolha, no entanto, não vem sem controvérsias. A insistência de Lula em nomear um aliado político para a Corte Suprema levanta preocupações sobre a independência do Judiciário e a verdadeira intenção por trás dessa indicação. Messias, que já foi afilhado político da ex-presidente Dilma Rousseff, é visto como um nome de confiança para o presidente, mas sua lealdade ao PT em momentos críticos é questionada por alguns analistas.

O presidente fez a indicação formal ao Senado Federal, uma etapa crucial para a aprovação do nome de Messias. A escolha de um advogado-geral da União para o STF pode ser interpretada como uma estratégia de Lula para consolidar sua influência na Corte, especialmente em um momento em que a confiança pública nas instituições está em baixa.

Além disso, a escolha de Messias também parece ser uma tentativa de Lula de conquistar o apoio dos evangélicos, um grupo que tem demonstrado crescente rejeição ao governo, segundo pesquisas recentes. Essa manobra política pode ser vista como uma forma de ampliar sua base de apoio, mas também suscita dúvidas sobre a verdadeira motivação por trás da indicação.

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O Senado, que deve aprovar o nome de Messias, já apresenta um cenário de incertezas. O presidente da Casa Legislativa, Davi Alcolumbre (União-AP), tinha um candidato preferido, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o que pode complicar a aprovação da indicação de Messias. A recente recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, por uma margem estreita, também acendeu alertas sobre a fragilidade das articulações políticas no Senado.

Messias, que se reposicionou após perder a disputa para Flávio Dino, tornou-se o favorito de Lula para a vaga, mas sua trajetória política levanta questões sobre a sua capacidade de agir de forma independente no STF. A lealdade ao partido, mesmo sem ser filiado, é um ponto destacado por pessoas próximas a ele, mas isso pode não ser suficiente para garantir a confiança da sociedade em sua atuação na Corte.

O novo ministro herdará uma quantidade significativa de processos que estavam sob a relatoria de Barroso, o que aumenta a pressão sobre sua capacidade de lidar com questões complexas e controversas. A expectativa é que Messias, se aprovado, possa permanecer no cargo por três décadas, o que torna ainda mais relevante a discussão sobre sua independência e compromisso com a justiça.

Com a indicação de Messias, Lula reafirma sua estratégia de fortalecer laços com aliados políticos, mas essa escolha pode ter repercussões negativas para a imagem do governo e a confiança nas instituições. A sociedade civil e os especialistas em direito observam atentamente essa movimentação, cientes de que a política e o Judiciário estão mais entrelaçados do que nunca.

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