Douglas Schwartzmann e Mara Casares deixam cargos após vazamento de áudio sobre venda clandestina no Morumbi
15 de Dezembro de 2025 às 11h11

Diretores do São Paulo pedem licença após revelação de esquema ilegal de camarotes

Douglas Schwartzmann e Mara Casares deixam cargos após vazamento de áudio sobre venda clandestina no Morumbi

Douglas Schwartzmann, ex-diretor adjunto de futebol de base do São Paulo, e Mara Casares, que até então ocupava a função de diretora feminina, cultural e de eventos, solicitaram licença de seus cargos nesta segunda-feira, 15 de dezembro. A decisão foi tomada após a divulgação de áudios que expuseram um esquema de venda ilegal de camarotes no Morumbi, especialmente durante shows, como o da cantora colombiana Shakira, realizado em fevereiro deste ano.

Os áudios revelaram que Schwartzmann e Casares estavam envolvidos na comercialização clandestina de ingressos, o que levou à necessidade de uma investigação interna no clube. Em uma das gravações, Schwartzmann admite que ele e outros envolvidos obtiveram lucros com a transação. “Eu não tenho camarote lá. Veio de quem? O que vai acontecer: a Mara vai ter que se explicar”, afirmou ele, referindo-se a possíveis consequências para Casares e o superintendente Marcio Carlomagno, que também estaria implicado no esquema.

O camarote em questão, identificado como 3A, é descrito em documentos internos do clube como “sala presidência” e está localizado em frente ao escritório do presidente Julio Casares. Este espaço é utilizado para reuniões e entrevistas, o que levanta preocupações sobre a utilização indevida de áreas reservadas do estádio.

O São Paulo Futebol Clube, em nota oficial, informou que tomou conhecimento do conteúdo dos áudios por meio da imprensa e que tomará as medidas necessárias após a devida apuração dos fatos. “Com base nessa análise, o Clube adotará as medidas que se mostrarem necessárias”, declarou a instituição.

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O esquema de venda de camarotes, que teria gerado um faturamento de até R$ 132 mil, foi intermediado por Rita de Cassia Adriana Prado, que aparece nas gravações como responsável pela exploração do espaço. Os ingressos para o show da Shakira chegaram a custar R$ 2,1 mil cada, evidenciando o potencial de lucro que o esquema ilegal proporcionava.

Além disso, o estatuto do São Paulo prevê penalidades para sócios que cometerem infrações, incluindo advertências, suspensões e até afastamento definitivo. O caso levanta questões sobre a governança e a ética dentro do clube, especialmente em um momento em que a nova gestão busca restaurar a confiança da torcida.

Schwartzmann, em um momento da conversa gravada, mencionou que “ganhou” com o repasse de camarotes, mas destacou que a situação foi tratada como um negócio de confiança, sem a intenção de realizar ações erradas. “Teve negócio que você ganhou dinheiro, eu ganhei, todo mundo ganhou. Mas foi feito tudo na confiança”, disse ele, minimizando a gravidade da situação.

A saída de Schwartzmann e Casares do clube ocorre em um contexto de crescente pressão por transparência e responsabilidade nas gestões esportivas. A expectativa é que a apuração dos fatos traga à tona mais detalhes sobre a extensão do esquema e as possíveis responsabilidades dos envolvidos.

O São Paulo, que já enfrenta desafios dentro de campo, agora se vê diante de uma crise de imagem que poderá impactar sua relação com os torcedores e a comunidade. A situação exige uma resposta rápida e eficaz para restaurar a credibilidade da instituição.

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