Trump menciona possibilidade de guerra com a Venezuela após bloqueios a petroleiros
Presidente dos EUA endurece retórica contra Maduro e prevê novas apreensões de navios
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que não descarta a possibilidade de um conflito armado com a Venezuela. A declaração foi feita durante uma entrevista por telefone à NBC News, em meio ao aumento da pressão americana sobre o governo de Nicolás Maduro, que inclui bloqueios e apreensões de petroleiros no Caribe.
Na sexta-feira, foram registrados voos de pelo menos cinco caças americanos sobre a região próxima à Venezuela, segundo dados de rastreamento aéreo da plataforma FlightRadar24. Entre os modelos identificados estavam os Boeing EA-18G Growler e F/A-18E Super Hornet, que sobrevoaram o Mar do Caribe, mas não chegaram a entrar no espaço aéreo venezuelano.
Trump, ao ser questionado sobre a possibilidade de um confronto militar, declarou: “Não descarto essa possibilidade”. Ele também mencionou que novas apreensões de navios petroleiros estão previstas, em resposta às sanções impostas a embarcações que operam na Venezuela. “Depende. Se eles forem tolos o suficiente para continuar navegando, vão acabar voltando para um dos nossos portos”, afirmou o presidente.
O endurecimento do discurso de Trump se dá em um momento crítico nas relações entre Washington e Caracas. O governo americano tem intensificado suas ações na região, alegando que as embarcações venezuelanas estão ligadas ao narcotráfico e que os recursos obtidos com o petróleo são utilizados para financiar atividades ilícitas.
Recentemente, Trump determinou um bloqueio a petroleiros que estão sujeitos a sanções, e um navio foi apreendido após ser capturado nas proximidades da costa venezuelana. O presidente se recusou a esclarecer se a destituição de Maduro é o seu objetivo final, afirmando apenas que “ele sabe exatamente o que eu quero”.
A admissão de Trump sobre a possibilidade de guerra é significativa, pois o presidente, durante sua trajetória política, tem buscado se distanciar da ala mais belicista de seu partido. Durante a campanha eleitoral de 2024, ele prometeu manter os EUA fora de novos conflitos internacionais.
As ações militares dos EUA na região têm sido justificadas como parte de uma estratégia para combater o narcotráfico. Desde agosto, mais de 20 ataques a embarcações foram realizados, resultando em mais de 80 mortes, segundo informações do governo americano.
Além disso, as forças dos EUA designaram o governo de Maduro como uma “organização terrorista internacional”, aumentando ainda mais as tensões. A presença militar americana na região é vista por analistas como uma demonstração de força e um sinal de que a pressão sobre o governo venezuelano deve continuar.
As declarações de Trump e a movimentação militar têm gerado preocupação entre especialistas, que alertam para os riscos de uma escalada no conflito. O uso de aeronaves de vigilância e comando, como o E-3C Sentry, indica uma intenção de monitorar a situação de perto e coordenar possíveis operações.
O cenário atual destaca a complexidade das relações entre os EUA e a Venezuela, com a retórica de Trump refletindo um aumento na hostilidade e na disposição para ações mais contundentes contra o governo de Maduro.
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