Trump não descarta guerra com a Venezuela após intensificação de bloqueio naval
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não exclui a possibilidade de um confronto armado com a Venezuela, após novas operações militares.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agitou o cenário internacional ao afirmar que não descarta a possibilidade de um confronto armado com a Venezuela. As declarações foram feitas durante uma entrevista à NBC News, na qual Trump também mencionou a intensificação das operações militares americanas na região, especialmente em relação ao bloqueio de petroleiros sancionados.
A escalada verbal do presidente coincide com uma ordem executiva emitida recentemente, que instrui as forças navais a bloquear todos os petroleiros sancionados por Washington de entrar e sair da Venezuela. Essa medida foi anunciada uma semana após a apreensão de um navio carregado de petróleo nas águas próximas ao país sul-americano.
Questionado sobre o futuro das operações e um possível cronograma, Trump foi direto ao afirmar que “haverá mais apreensões”. Ele advertiu que, caso os navios continuem a navegar, “serão levados para um dos nossos portos”. Essa estratégia visa asfixiar economicamente o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que é acusado pela Casa Branca de estar à frente do chamado Cartel dos Sóis, uma alegação que o governo venezuelano nega categoricamente.
A agressividade da administração Trump já resultou em 28 ataques a navios, com mais de 100 mortes registradas. Entre esses incidentes, um ataque conhecido como “double tap” (um segundo bombardeio sobre o mesmo alvo após o impacto inicial) gerou controvérsias devido à sua letalidade.
Apesar da retórica forte, Trump tem evitado confirmar se seu objetivo final é derrubar Maduro. “Ele sabe exatamente o que eu quero, ele sabe melhor do que ninguém”, declarou o presidente, referindo-se a um telefonema que tiveram em novembro. Trump também reiterou que ataques seletivos contra alvos ligados ao narcotráfico na Venezuela começarão “em breve”.
Essa mudança de postura em relação ao intervencionismo é uma contradição notável em relação ao seu discurso de campanha, quando prometeu retirar os EUA de guerras externas para focar em problemas internos, como a inflação e a utilização da Internet para o desenvolvimento nacional.
Entretanto, o sistema jurídico americano impõe limites claros para que os EUA possam declarar formalmente uma guerra, sendo necessária a autorização expressa do Congresso. O Partido Democrata já advertiu que qualquer ataque a navios ou território soberano venezuelano requer a aprovação legislativa, o que promete ser uma batalha política intensa nas próximas semanas.
Enquanto isso, a Venezuela tem intensificado a proteção de seus navios, com a Marinha local escoltando petroleiros que deixam o Porto de José, o principal terminal do país, em resposta ao cerco militar e ao bloqueio naval anunciado por Trump. A tensão entre Caracas e Washington atingiu um novo patamar, com a administração americana não se esquivando da possibilidade de um conflito armado.
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