Piloto da JetBlue evita colisão com aeronave militar dos EUA perto da Venezuela
Incidente ocorreu quando avião comercial interrompeu subida para evitar aproximação perigosa com avião-tanque sem transponder.
Um avião comercial da companhia aérea JetBlue, que partia de Curaçao com destino ao aeroporto JFK, em Nova York, precisou realizar uma manobra evasiva na última sexta-feira para evitar uma colisão com uma aeronave-tanque da Força Aérea dos Estados Unidos. O episódio, que ocorreu nas proximidades do espaço aéreo venezuelano, foi relatado pelo piloto do jato, que descreveu a situação como uma “quase colisão”.
Durante a comunicação com o controle de tráfego aéreo, o comandante do Airbus da JetBlue informou que a aeronave militar cruzou diretamente sua rota enquanto voava sem o transponder ligado, um equipamento essencial para a identificação e monitoramento de aeronaves por radares civis. “Quase tivemos uma colisão no ar aqui em cima. Eles passaram diretamente na nossa rota. Não têm o transponder ligado, é escandaloso”, afirmou o piloto.
O incidente ocorreu a uma distância de apenas duas a três milhas (cerca de 4 a 5 quilômetros) da aeronave comercial, que estava na mesma altitude. Após a manobra evasiva, o avião-tanque desviou e seguiu em direção ao espaço aéreo da Venezuela.
Esse episódio acontece em um contexto de intensificação das operações militares dos Estados Unidos na região do Caribe, com foco no combate ao tráfico de drogas e no monitoramento das atividades do governo venezuelano. Em função desse aumento de atividades, a Administração Federal de Aviação (FAA) havia emitido um alerta para voos civis, recomendando cautela devido à movimentação militar na área.
A JetBlue confirmou que reportou o incidente às autoridades federais e ressaltou que seus tripulantes seguiram todos os protocolos de segurança estabelecidos. A Força Aérea dos Estados Unidos ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
O piloto da JetBlue relatou que a manobra foi necessária cerca de 20 minutos após a decolagem. Ele destacou que a presença de aeronaves não identificadas em rotas civis é preocupante, e o controlador de tráfego aéreo também expressou sua indignação ao afirmar que “tem sido um absurdo essa presença de aeronaves não identificadas em nosso espaço aéreo”.
Além disso, a JetBlue se comprometeu a colaborar com qualquer investigação que possa ser conduzida sobre o incidente. Derek Dombrowski, porta-voz da companhia, enfatizou a importância de relatar prontamente situações que possam comprometer a segurança dos voos.
O alerta da FAA para aeronaves americanas recomenda que os pilotos “exerçam cautela” ao sobrevoar o espaço aéreo venezuelano, devido ao agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar na região. A Casa Branca, até o momento, não comentou sobre o episódio envolvendo o voo da JetBlue.
O incidente ressalta a complexidade do cenário de segurança aérea na região, onde a presença militar dos EUA tem sido intensificada como parte de uma estratégia mais ampla para combater o narcotráfico e monitorar as atividades do governo da Venezuela.
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