Gleisi Hoffmann atribui aumento da dívida pública à taxa Selic de 15% ao ano
Ministra critica juros altos e defende que eles encarecem o crédito e limitam o crescimento do país
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do Partido dos Trabalhadores (PT), responsabilizou a alta taxa básica de juros, a Selic, pela elevação da dívida pública no Brasil, que atualmente está fixada em 15% ao ano. Em uma postagem nas redes sociais, realizada na última segunda-feira (22), ela refutou a ideia de que o crescimento da dívida esteja relacionado às despesas governamentais.
“A maior responsável pelo aumento da dívida pública continua sendo a taxa básica de juros de 15% ao ano, e não a despesa do governo, diferentemente do que a gente lê na mídia mais uma vez neste final de ano”, afirmou Gleisi Hoffmann.
“A maior responsável pelo aumento da dívida pública continua sendo a taxa básica de juros de 15% ao ano, e não a despesa do governo, diferentemente do que a gente lê na mídia mais uma vez neste final de ano”, disse a ministra.
A ministra ressaltou ainda que os “juros estratosféricos” encarecem o crédito e limitam o crescimento econômico do país. “Apontam um crescimento de 5% acima da inflação na despesa, mas querem ignorar que os juros estão 10% mais altos do que a inflação. Esses juros estratosféricos, que encarecem o crédito e limitam o crescimento, é que fazem crescer a dívida pública. Ao sugar recursos do Orçamento, os juros da dívida também comprometem a prestação de serviços públicos, os programas sociais e os investimentos do governo para o desenvolvimento do país”, enfatizou Gleisi.
Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada em 10 de dezembro, a Selic foi mantida em 15% ao ano, decisão que foi unânime entre os membros do colegiado. O Banco Central indicou que o atual patamar de juros deve ser mantido por um “período bastante prolongado”.
Dados do Tesouro Nacional, divulgados no final de novembro, mostram que a dívida pública federal aumentou 1,62%, totalizando R$ 8,253 trilhões em outubro. Essa dívida é utilizada pelo Tesouro para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que ocorre quando as despesas superam as receitas.
O discurso de Gleisi Hoffmann ocorre em um contexto de críticas à gestão orçamentária do governo Lula, que se aproxima de um ano eleitoral. O presidente Lula tem ampliado benefícios sociais que impactam diretamente nas contas públicas. A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês pode resultar em uma perda de cerca de R$ 26 bilhões por ano, segundo estimativas do próprio governo.
Veja também: