O opositor Edmundo González Urrutia reafirma sua intenção de voltar a Caracas e contesta a legitimidade de Maduro.
26 de Novembro de 2024 às 12h28

González Urrutia planeja retorno à Venezuela para assumir presidência em 10 de janeiro

O opositor Edmundo González Urrutia reafirma sua intenção de voltar a Caracas e contesta a legitimidade de Maduro.

O líder da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, anunciou sua intenção de retornar a Caracas no dia 10 de janeiro, com o objetivo de assumir a presidência da Venezuela. A declaração foi feita na noite da última segunda-feira (26), enquanto ele se encontra em Madri, onde buscou asilo político desde setembro. O político, de 75 anos, é procurado pelas autoridades venezuelanas sob acusações de conspiração e incitação à desobediência.

González Urrutia enfatizou que está disposto a assumir o mandato que, segundo ele, lhe foi conferido pelas eleições de 28 de julho, nas quais ele afirma ter obtido uma vitória significativa. “Estou moralmente preparado para enfrentar qualquer consequência, inclusive a prisão, ao retornar ao meu país”, declarou em uma entrevista à agência Efe.

O opositor, que se posiciona como o verdadeiro vencedor das eleições, argumenta que sua vitória foi garantida por uma votação expressiva, que teria lhe dado 7,3 milhões de votos, em contraste com os 3 milhões atribuídos ao atual presidente, Nicolás Maduro. Esta afirmação, no entanto, é contestada por diversos setores, tanto dentro da Venezuela quanto pela comunidade internacional, que não reconhece a legitimidade do pleito.

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“No dia 10 de janeiro, iniciaremos a reconstrução da Venezuela”, afirmou González, que acredita contar com o apoio da população e dos governos da Colômbia e do Brasil para facilitar uma mediação que busque uma solução para a crise política no país.

Ele também destacou que seu caso é distinto do do opositor Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino em 2019. Enquanto Guaidó baseou sua reivindicação em um artigo da Constituição, González sustenta que sua eleição foi respaldada por uma votação popular clara, reforçando sua posição como o presidente legítimo da Venezuela.

Com a tensão política aumentando, a expectativa é que o retorno de González Urrutia possa provocar reações significativas tanto por parte do governo de Maduro quanto dos seus apoiadores. O político se comprometeu a enfrentar qualquer desafio que possa surgir em sua jornada de volta ao país.

O cenário político na Venezuela continua a ser marcado por divisões profundas, com a oposição contestando a legitimidade do governo de Maduro, que se autoproclama vencedor das eleições, apesar das alegações de irregularidades e fraudes. A comunidade internacional permanece atenta aos desdobramentos da situação, que afeta não apenas a Venezuela, mas toda a região.

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