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Jaguar ignora público-alvo e intensifica crise de imagem com nova campanha publicitária
A recente estratégia de marketing da Jaguar, criticada por Michael Deacon, revela um erro crasso ao desconsiderar o perfil de seus consumidores.
A Jaguar está enfrentando uma intensificação da crise de imagem após sua nova campanha publicitária, que tem sido amplamente criticada por sua falta de conexão com o público-alvo. Em um artigo incisivo, Michael Deacon, colunista do The Telegraph, destaca o erro estratégico da marca ao tentar atrair consumidores jovens, sem levar em conta que sua base tradicional de clientes ainda é quem realmente compra seus veículos de luxo.
No texto publicado nesta terça-feira, Deacon menciona que a campanha da Jaguar parece mais um truque publicitário do que uma estratégia bem planejada. Ele faz uma comparação irônica, afirmando que o novo anúncio é tão mal elaborado que poderia ser confundido com uma tentativa de gerar publicidade similar a artifícios usados em quadrinhos infantis.
O tom do comercial, que pretende celebrar a ousadia e a diferença, acaba por soar genérico e sem autenticidade. Deacon sugere que, se a marca realmente quisesse ser ousada, deveria ter apresentado um homem branco heterossexual de 60 anos, possivelmente até convidando Nigel Farage para o papel, ironizando a falta de originalidade na abordagem.
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Rawdon Glover, diretor-gerente da Jaguar, justificou a nova estratégia, afirmando que “a idade média do cliente da Jaguar é bastante avançada e está envelhecendo. Precisamos acessar um público completamente diferente.” No entanto, essa mudança de foco levanta questionamentos sérios sobre a viabilidade econômica da proposta. Deacon critica essa decisão, ressaltando que os jovens, frequentemente citados como o novo alvo da marca, estão lutando para pagar o aluguel e, portanto, não estão em posição de adquirir carros de luxo que custam cerca de 100 mil libras.
O colunista argumenta que a Jaguar está se afastando de sua base de clientes tradicional, que ainda pode arcar com os preços de seus produtos. Essa abordagem, segundo ele, não apenas ignora a realidade econômica, mas também pode alienar aqueles que, ao longo dos anos, foram leais à marca. O que se espera da Jaguar é uma estratégia que mantenha e fidelize seus consumidores, em vez de tentar conquistar um novo público que, no momento, pode não estar disposto ou capaz de investir em um veículo de alto custo.
Com essa nova campanha, a Jaguar não apenas intensifica sua crise de relações públicas, mas também demonstra uma desconexão alarmante com o mercado atual. O desafio agora será encontrar um equilíbrio entre inovação e a manutenção de sua base de clientes, antes que a marca se torne irrelevante em um segmento altamente competitivo.
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