Iniciou-se o julgamento dos ex-policiais federais acusados de homicídio e tortura de Genivaldo de Jesus Santos, com o sorteio do júri e depoimentos de testemunhas.
26 de Novembro de 2024 às 18h13

Julgamento de ex-policiais por morte de Genivaldo começa com seleção de jurados

Iniciou-se o julgamento dos ex-policiais federais acusados de homicídio e tortura de Genivaldo de Jesus Santos, com o sorteio do júri e depoimentos de testemunhas.

O julgamento dos três ex-policiais rodoviários federais, acusados de assassinar Genivaldo de Jesus Santos em 2022, teve início na manhã desta terça-feira (26), no Fórum Estadual da Comarca de Estância, em Sergipe. O caso ganhou notoriedade nacional devido à gravidade das acusações e à forma como ocorreu a abordagem policial.

Durante o primeiro dia de julgamento, foram sorteados sete jurados entre um total de 50 pessoas. O Conselho de Sentença, que é responsável por decidir sobre a culpa ou inocência dos réus, é composto por quatro homens e três mulheres. Esses jurados permanecerão incomunicáveis até o término do julgamento, que deve durar cerca de sete dias.

Nesta tarde, estão previstos os depoimentos de nove testemunhas, cujos nomes foram indicados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela assistência de acusação. A expectativa é que a sessão de hoje se encerre por volta das 20h, dando continuidade ao processo que busca esclarecer os fatos que levaram à morte de Genivaldo.

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Os réus, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, enfrentam acusações de tortura e homicídio triplamente qualificado. O juiz federal Rafael Soares Souza presidirá o julgamento e é o responsável pela 7ª Vara Federal em Sergipe.

O tribunal estabeleceu regras rigorosas para a entrada no plenário. Apenas maiores de 18 anos poderão assistir ao julgamento, e é proibido o uso de camisetas ou faixas relacionadas ao caso, exceto por familiares, que devem se comportar de maneira discreta. Celulares são permitidos, mas seu uso é restrito, sendo proibido filmar ou gravar áudio durante o processo.

A morte de Genivaldo ocorreu em 25 de maio de 2022, durante uma blitz da PRF na BR-101, onde ele foi abordado por estar sem capacete. Segundo relatos, ao tentar explicar que tomava medicamentos para distúrbios psiquiátricos, ele foi agredido e colocado no porta-malas da viatura, que foi submetida a uma situação de fumaça intensa. Testemunhas registraram a cena, que chocou a opinião pública.

Em agosto de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou a demissão dos três policiais envolvidos no caso, além de suspender outros dois agentes por omissões em relatórios de ocorrência. As demissões foram justificadas por infrações disciplinares e violação de deveres funcionais, incluindo o tratamento inadequado de civis durante o exercício da função policial.

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