Viúva da vítima e quatro testemunhas são ouvidas no terceiro dia do júri popular em Sergipe.
28 de Novembro de 2024 às 12h32

Julgamento de ex-policiais por morte de Genivaldo avança com novas testemunhas

Viúva da vítima e quatro testemunhas são ouvidas no terceiro dia do júri popular em Sergipe.

No terceiro dia do júri popular que investiga a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, a viúva da vítima, Maria Fabiana, e outras quatro pessoas foram ouvidas nesta quinta-feira (28). Os ex-policiais rodoviários federais Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia são acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado durante uma abordagem em Umbaúba (SE).

O julgamento, iniciado na manhã da última terça-feira (26), ocorre no Fórum Ministro Heitor de Souza, em Estância, a 32 km de Umbaúba, sob a presidência do juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe.

Nos dois primeiros dias do júri, foram ouvidas seis testemunhas, incluindo Wallysson de Jesus Santos, sobrinho da vítima, e a mãe de Genivaldo, Maria Vicente. Também prestaram depoimento um químico especialista em gás e o corregedor regional da PRF, que colaborou na investigação das denúncias contra os réus.

Genivaldo faleceu após ser trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e exposto a gás lacrimogêneo na BR-101. Os réus estão presos desde outubro de 2022 e foram demitidos da PRF em agosto de 2023, por determinação do Ministro da Justiça.

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A procuradora-chefe do MPF em Sergipe, Eunice Dantas, ressaltou a gravidade do caso: "É uma questão muito delicada, o tipo de abordagem que foi feita e as consequências resultantes". O conselho de sentença é formado por quatro homens e três mulheres, e o júri deve durar cerca de sete dias.

A defesa de Paulo Rodolpho alega sua inocência, afirmando que ele seguiu os protocolos da PRF. Por outro lado, o advogado de Kleber Nascimento contesta a tipificação dos crimes e nega sua participação, enquanto a defesa de William de Barros acredita que não houve dolo na ação.

O acesso da imprensa ao julgamento é restrito, com sorteios diários para selecionar cinco profissionais que poderão acompanhar o processo. A Justiça Federal proibiu o uso de gravadores, câmeras ou microfones no local.

A Justiça Federal já determinou indenizações de R$ 1 milhão para o filho de Genivaldo e R$ 405 mil para sua mãe, por danos morais relacionados ao caso.

Imagens da abordagem, que foram gravadas por testemunhas, mostram o policial William de Barros Noia instruindo Genivaldo a colocar as mãos na cabeça, seguido da aplicação de spray de pimenta. A perícia constatou que a vítima foi submetida a condições extremas, resultando em colapso pulmonar devido à inalação de gases tóxicos.

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