Apesar do acordo de trégua, o exército israelense manteve bombardeios em áreas próximas à fronteira libanesa.
27 de Novembro de 2024 às 08h19

Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah inicia com retorno de civis ao sul do Líbano sob tensão

Apesar do acordo de trégua, o exército israelense manteve bombardeios em áreas próximas à fronteira libanesa.

Na quarta-feira, um cessar-fogo entre Israel e o grupo armado libanês Hezbollah entrou em vigor, trazendo esperança para milhares de civis deslocados que começaram a retornar ao sul do Líbano. O acordo, mediado por Estados Unidos e França, marca um momento significativo após mais de um ano de conflito intenso, que resultou em milhares de mortes e um grande número de pessoas forçadas a deixar suas casas.

A trégua foi estabelecida à 4h da manhã (horário local) e, embora tenha sido recebida com otimismo, a situação permanece tensa. Poucas horas após a implementação do cessar-fogo, o exército israelense bombardeou duas aldeias no sul do Líbano, alegando que um veículo teria adentrado uma área considerada proibida. Isso levou autoridades israelenses a aconselharem os civis a não retornarem imediatamente ao sul do país.

O cessar-fogo estipula que Israel deverá retirar suas forças do Líbano em um prazo de 60 dias, enquanto o Hezbollah se compromete a não estabelecer novas posições próximas à fronteira. O aumento das tensões foi evidenciado por disparos do exército israelense em resposta à movimentação de civis nas áreas limítrofes, reforçando a necessidade de cautela durante o retorno.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou o acordo e ressaltou que a trégua permitirá ao país reforçar seus estoques de armas e se concentrar em outras ameaças regionais, como o Irã, aliado do Hezbollah. A medida também busca isolar o Hamas, que continua em conflito com Israel na Faixa de Gaza.

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Embora o cessar-fogo tenha sido em grande parte respeitado nas primeiras horas, foram registrados incidentes de confrontos nas áreas limítrofes. O exército libanês, encarregado de garantir a manutenção da trégua, está se mobilizando para reforçar a segurança no sul do país, onde os civis se preparam para voltar, apesar dos riscos.

O retorno dos civis é marcado por uma mistura de esperança e receio. Muitos que foram deslocados expressam o desejo de retornar às suas casas, mesmo que estas possam ter sido danificadas ou destruídas. O clima nos vilarejos é de expectativa, com alguns moradores já preparando suas bagagens para a volta.

Hussam Arrout, um dos deslocados, afirmou: "Estamos ansiosos para voltar ao nosso lar ancestral, mas decidimos esperar até que o exército anuncie que é seguro entrar". Essa cautela é compartilhada por muitos, que temem a presença contínua das forças israelenses na região.

O Hezbollah, por sua vez, não emitiu um comunicado formal sobre o cessar-fogo, mas um de seus representantes indicou que o grupo está preparado para emergir mais forte do conflito. Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente o desenrolar da situação, na esperança de que a trégua traga estabilidade à região desgastada pela guerra.

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