Alcenor Alves Soeiro é acusado de explorar sexualmente 12 jovens durante competições e na própria casa
27 de Novembro de 2024 às 10h42

Professor de jiu-jitsu é preso sob acusação de abuso sexual de alunos menores

Alcenor Alves Soeiro é acusado de explorar sexualmente 12 jovens durante competições e na própria casa

O professor de jiu-jitsu Alcenor Alves Soeiro, de 56 anos, foi preso no último sábado (23) em Balneário Camboriú, Santa Catarina, durante uma competição esportiva. As autoridades o acusam de abusar sexualmente de pelo menos 12 alunos menores de idade, em um caso que se estende por mais de uma década, envolvendo práticas de dopagem e exploração sexual.

A prisão de Soeiro é resultado da operação Armlock, conduzida pela Polícia Civil do Amazonas em parceria com a Polícia Civil de Santa Catarina. A investigação começou após a denúncia de abusos, que ocorreram entre 2011 e 2018, e que foram relatados por jovens que se sentiam envergonhados e com medo de falar sobre as experiências traumáticas.

Segundo a delegada Deborah Ponce, os abusos eram perpetrados em diferentes contextos: durante as estadias em competições e na residência do investigado. As vítimas, que em muitos casos eram atraídas pela fama do professor, eram dopadas antes de serem abusadas. “Um dos atletas começou a ser abusado em 2018, quando tinha apenas 9 anos. A materialidade dos crimes foi confirmada, e a prisão temporária foi solicitada”, afirmou a delegada.

A equipe de investigação está lidando com o desafio de romper o silêncio em torno dos abusos, uma vez que muitos jovens tinham dificuldade em relatar as violências devido à confiança depositada em Soeiro, que era visto como um mentor e figura respeitada no esporte.

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Até o momento, cerca de 12 vítimas foram identificadas e outras seis estão previstas para prestar depoimento. As autoridades acreditam que a prisão de Soeiro pode levar ao surgimento de novos relatos. “Após a detenção, muitos podem se sentir encorajados a falar”, disse a delegada.

As investigações revelaram que o professor não apenas abusou sexualmente de seus alunos, mas também utilizou de manipulação emocional, oferecendo presentes e favores, como kimonos e passagens para competições. Em algumas ocasiões, ele dava banho nos adolescentes e aproveitava esses momentos para tocar em suas partes íntimas.

Além disso, a polícia descobriu que Soeiro tinha planos de fugir para Dubai, o que intensificou a urgência de sua captura. Materiais pornográficos relacionados às vítimas foram apreendidos e permanecem sob sigilo para proteger a identidade dos jovens envolvidos.

Após a prisão, a comunidade do jiu-jitsu expressou sua indignação e apoio às vítimas. Um grupo de atletas publicou uma nota nas redes sociais, pedindo justiça e ressaltando a importância de um ambiente seguro no esporte. “Precisamos garantir que situações como essa nunca mais se repitam”, afirmaram os atletas.

O professor Alcenor Alves Soeiro responderá por estupro de vulnerável e favorecimento sexual, aguardando a continuidade das investigações e sua transferência para Manaus.

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