Professor da USP é alvo de denúncias de assédio sexual por dez ex-alunos
Dez alunos relatam episódios de assédio e abuso sexual cometidos pelo professor Alysson Mascaro entre 2006 e 2024
O professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Alysson Mascaro, enfrenta sérias acusações de assédio e abuso sexual, conforme relatos de dez homens, entre alunos e ex-alunos. Os episódios, que teriam ocorrido entre 2006 e 2024, incluem comportamentos considerados inaceitáveis, como beijos forçados e toques indesejados.
As denúncias foram levantadas em uma reportagem do portal Intercept, na qual as vítimas, que optaram por não revelar suas identidades, narraram suas experiências. Segundo os relatos, Mascaro, que é uma figura conhecida no meio acadêmico e já foi professor do ex-ministro Silvio Almeida, utilizava sua posição de influência para se aproximar dos alunos, prometendo apoio profissional e acadêmico, mas, na verdade, buscava intimidá-los.
Um dos alunos, que se deslocou para São Paulo a convite do professor, compartilhou sua experiência, afirmando que, ao chegar ao apartamento de Mascaro, foi recebido com um abraço que rapidamente se transformou em uma situação de abuso. “Ele disse: ‘Finalmente você está aqui, meu pupilo querido’ e começou a passar a mão em meu corpo”, relatou.
O estudante, que não residia em São Paulo, contou que teve medo de se opor ao professor, temendo represálias devido à sua influência no meio acadêmico e político. “Ele possui contatos que podem fazer muito, desde o Supremo Tribunal Federal até o Ministério Público”, afirmou, revelando a pressão psicológica que sentiu durante os episódios.
A USP, por sua vez, declarou que não havia sido formalmente notificada sobre as denúncias e que qualquer conduta considerada ilícita geraria a instauração de um procedimento administrativo investigativo.
O professor Mascaro, em resposta às acusações, afirmou ser vítima de um “crime cibernético” e de uma campanha de perseguição por pessoas que se escondem no anonimato. Ele também comunicou que está tomando as medidas legais necessárias para se defender.
A situação levanta questões sobre o ambiente acadêmico e a necessidade de proteção dos estudantes, especialmente em contextos onde figuras de autoridade podem abusar de sua posição. A repercussão das denúncias poderá resultar em mudanças nas diretrizes de conduta dentro da universidade.
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