Dados do Caged revelam que em outubro foram criadas apenas 132 mil vagas, marcando um retrocesso alarmante.
27 de Novembro de 2024 às 18h05

Brasil enfrenta o pior resultado na criação de empregos desde o início da pandemia

Dados do Caged revelam que em outubro foram criadas apenas 132 mil vagas, marcando um retrocesso alarmante.

O cenário do mercado de trabalho brasileiro se agrava, com o Ministério do Trabalho e Emprego divulgando nesta quarta-feira (27) que, em outubro, foram criadas apenas 132.714 novas vagas de emprego com carteira assinada. Este é o pior resultado para o mês desde 2020, ano em que a pandemia começou a impactar a economia do país.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, ao todo, foram registradas 2.222.962 admissões e 2.090.248 desligamentos. A diferença entre admissões e desligamentos evidencia um cenário de precariedade, com setores como a agropecuária e a construção civil apresentando perdas significativas de 5.757 e 767 vagas, respectivamente.

Em contrapartida, os setores de serviços (+171.217), indústria (+23.729) e comércio (+44.290) mostraram resultados positivos, mas não foram suficientes para compensar as perdas em outros segmentos. O fato de 68,7% das vagas criadas serem consideradas típicas levanta questionamentos sobre a qualidade do emprego gerado.

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Comparado ao mês anterior, houve uma queda alarmante de 47,2% no número de vagas formais, quando foram criadas 247.818 oportunidades. Além disso, em comparação ao mesmo mês do ano passado, o resultado de outubro de 2023 é 29% inferior, evidenciando um retrocesso nas condições de trabalho no país.

Em termos regionais, São Paulo liderou a criação de vagas com 47.255 novos postos, seguido pelo Rio Grande do Sul, que registrou 14.115 vagas, e o Rio de Janeiro, com 10.731. Essa concentração de geração de empregos em poucos estados pode agravar as desigualdades regionais.

Outro dado preocupante é a redução do salário médio real de admissões, que caiu para R$ 2.153,18, uma diminuição de R$ 18,96 em relação a setembro. Essa queda no salário médio, mesmo com um ganho real de 24,53 reais em relação ao mesmo mês do ano anterior, demonstra que a recuperação econômica ainda é frágil e desigual.

No acumulado deste ano, de janeiro a outubro, foram contabilizados 2.117.473 empregos com carteira assinada, com o setor de serviços liderando as contratações. Contudo, o crescimento em um período tão crítico não é suficiente para garantir a estabilidade e a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros.

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