Crescimento de médicos no Brasil chega a 23,6% após pandemia, revela IBGE
Brasil conta com 502,6 mil médicos em 2023, mas enfrenta desigualdade na distribuição entre regiões.
O número de médicos no Brasil apresentou um crescimento significativo nos últimos anos, conforme apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seu levantamento divulgado nesta quarta-feira, 4. Em 2023, o país contava com 502,6 mil médicos, um aumento de 23,6% em relação a 2019. Apesar desse avanço, o Brasil ainda está aquém da média de médicos por habitante em países desenvolvidos e enfrenta desafios relacionados à má distribuição desses profissionais pelo território nacional.
Em 2019, a média era de 20 médicos para cada 10 mil habitantes, e essa taxa subiu para 24 em 2023. Contudo, essa proporção é significativamente inferior à de outras nações, como Portugal, que possui 57,7 médicos a cada 10 mil habitantes, e a Espanha, com 44,8. A concentração de médicos é notoriamente maior nas regiões Sudeste e Sul, enquanto o Norte e o Nordeste carecem de profissionais, o que gera desigualdade no acesso à saúde.
Segundo o IBGE, para que todas as regiões do Brasil alcançassem a média de 24 médicos por 10 mil habitantes, seria necessário redistribuir cerca de 64 mil profissionais. “O índice de dissimilaridade indica que permanece grande desigualdade entre as regiões”, afirmou Clician Oliveira, uma das autoras do estudo. Em 2019, essa necessidade era de 56 mil médicos, evidenciando um aumento na disparidade ao longo dos anos.
Além do crescimento no número de médicos, o IBGE também registrou um aumento expressivo na quantidade de enfermeiros e técnicos de enfermagem. A categoria de enfermeiros, por exemplo, saltou de 260,9 mil em 2019 para 363,1 mil em 2023, representando um aumento de 39,2%. Já o número de técnicos de enfermagem cresceu 26,9% no mesmo período, passando de 750,5 mil para 952,6 mil.
Esses dados refletem a importância do fortalecimento do sistema de saúde brasileiro, especialmente após os desafios impostos pela pandemia de covid-19. A ampliação do número de profissionais de saúde é um passo significativo, mas a questão da distribuição equitativa dos mesmos é crucial para garantir um atendimento adequado a toda a população.
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