EUA e China realizam troca de prisioneiros e libertam três americanos detidos
Libertação ocorre após meses de negociações; um dos libertos havia sido informante do F.B.I.
Três cidadãos americanos que estavam detidos na China foram libertados em uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a República Popular da China na última quarta-feira. A informação foi confirmada por autoridades americanas, que destacaram a importância do acordo em meio a um contexto de tensões diplomáticas entre os dois países.
Os libertados, Mark Swidan, Kai Li e John Leung, desembarcaram nos Estados Unidos após anos de detenção. Segundo Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, "eles retornarão em breve e se reunirão com suas famílias pela primeira vez em muitos anos".
Mark Swidan, detido desde 2012, foi acusado de tráfico de drogas, um crime que as autoridades americanas consideram infundado. Ele foi condenado à morte em 2019, e sua família alega que nunca houve provas concretas contra ele. Swidan, que passou por condições desumanas durante sua detenção, teria sofrido tortura física e psicológica.
Kai Li, naturalizado americano, estava preso desde 2016 e cumpria uma sentença de dez anos por suposta espionagem. Sua defesa argumenta que as informações que ele compartilhou eram de domínio público, obtidas na internet, e que sua condenação foi injusta.
John Leung, de 78 anos, foi condenado à prisão perpétua em 2023 por espionagem. Ele era conhecido por sua postura pró-Pequim e por ter laços com autoridades chinesas, além de ter trabalhado como informante do F.B.I. por anos. Sua detenção em 2021 gerou preocupação entre seus amigos e familiares, que não tiveram notícias dele durante mais de dois anos.
A troca de prisioneiros foi resultado de meses de negociações entre Washington e Pequim. Em contrapartida, a China deve receber cidadãos chineses que estão sob custódia americana, embora suas identidades não tenham sido divulgadas. A libertação de Xu Yanjun, um oficial de inteligência chinês condenado por espionagem nos EUA, também foi discutida, mas não está claro se ele faz parte do acordo final.
Analistas interpretam a movimentação como uma tentativa da China de sinalizar disposição para colaborar em áreas de interesse mútuo, especialmente em um momento em que Joe Biden se prepara para deixar a presidência. John Kamm, da Dui Hua Foundation, observou que isso poderia ser um “presente de despedida” a Biden, ao mesmo tempo em que abre espaço para negociações com o próximo governo.
Com a liberação dos três americanos, o governo Biden afirma ter conseguido libertar mais de 70 cidadãos americanos detidos injustamente em todo o mundo durante seu mandato. A administração considera que a diplomacia tem sido fundamental para alcançar esses resultados, apesar das complexidades nas relações com a China.
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