Legislação aprovada estabelece multas de até 50 milhões de dólares australianos para plataformas que não cumprirem a nova regra
28 de Novembro de 2024 às 10h57

Austrália se torna pioneira ao proibir redes sociais para menores de 16 anos

Legislação aprovada estabelece multas de até 50 milhões de dólares australianos para plataformas que não cumprirem a nova regra

O parlamento australiano aprovou, em uma votação histórica, uma legislação que proíbe o uso de redes sociais por crianças e adolescentes com menos de 16 anos. Essa iniciativa, que se tornará em breve a primeira do mundo, foi aprovada pelo Senado na quinta-feira (28) com uma diferença de 34 votos a 19.

A nova lei responsabiliza plataformas como TikTok, Facebook, Instagram, Snapchat, Reddit e X, impondo multas que podem chegar a 50 milhões de dólares australianos (aproximadamente R$ 194 milhões) em caso de falhas sistemáticas na prevenção do acesso de menores de idade. As empresas terão um prazo de um ano para se adaptar à nova regulamentação antes que as penalidades sejam aplicadas.

A proposta já havia sido aprovada pela Câmera dos Representantes na quarta-feira, onde obteve uma ampla maioria de 102 votos a 13. Embora ainda precise passar por algumas emendas propostas pela oposição, a expectativa é que essa etapa seja uma formalidade, uma vez que o governo já manifestou apoio às alterações.

O primeiro-ministro Anthony Albanese destacou a importância dessa medida, afirmando que a legislação é uma resposta significativa aos impactos das redes sociais sobre os jovens. Em suas palavras, as plataformas digitais “podem ser uma arma para bullies, um veículo para pressão dos pares e, o mais preocupante, uma ferramenta para predadores online”.

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A aprovação da lei foi um reflexo de meses de debates intensos e críticas sobre a rapidez do processo legislativo. Alguns opositores expressaram preocupações sobre a falta de tempo para um exame completo da proposta, mas a maioria dos parlamentares concordou com a urgência da questão.

As grandes empresas de tecnologia, por sua vez, manifestaram suas preocupações sobre a nova legislação, citando riscos à privacidade e a possibilidade de que crianças burlassem a proibição. A Meta, por exemplo, argumentou que a exclusão de plataformas como YouTube e jogos online da proibição seria prejudicial, já que esses serviços oferecem riscos semelhantes aos das redes sociais.

Apesar das objeções, pesquisas recentes indicam que a maioria da população australiana apoia a nova lei. Dados de uma pesquisa realizada pela YouGov revelaram que 77% dos australianos são favoráveis à restrição de acesso às redes sociais para menores de 16 anos.

Com a nova legislação, espera-se uma revisão cuidadosa das medidas que as plataformas implementarão para garantir a segurança dos jovens usuários. Após a definição de uma data para que as regras entrem em vigor, todas as contas de menores de 16 anos nas redes sociais afetadas serão desativadas, garantindo que as empresas cumpram a nova norma.

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