A nova Taxa de Preservação Ambiental, que começa em 2025, pode desestimular a visitação e afetar o comércio local.
28 de Novembro de 2024 às 12h12

Caldas Novas institui taxa de entrada para turistas e gera preocupação no setor

A nova Taxa de Preservação Ambiental, que começa em 2025, pode desestimular a visitação e afetar o comércio local.

Caldas Novas, famosa por suas águas termais e parques aquáticos, passará a cobrar uma Taxa de Preservação Ambiental (TPA) para a entrada de turistas a partir de janeiro de 2025. A decisão foi aprovada pela Câmara Municipal em uma sessão realizada na última terça-feira (26), e o valor da taxa varia conforme o tipo de veículo: R$ 36,50 para carros de passeio, R$ 183 para ônibus de excursão e R$ 4,50 para motocicletas.

A taxa tem como objetivo preservar a infraestrutura urbana da cidade, que enfrenta um fluxo constante de turistas durante todo o ano. O prefeito Kleber Marra (MDB) destacou que, em 2024, os gastos com manutenção e limpeza pública já tinham ultrapassado R$ 400 milhões até novembro, o que demonstra a pressão sobre os recursos da cidade. "O desgaste na infraestrutura e o impacto ambiental ocorrem o ano todo", afirmou Marra.

O pagamento da taxa poderá ser realizado de diversas formas, incluindo um aplicativo que está sendo desenvolvido, além do site da prefeitura e pontos de pagamento oficiais. O valor pago será válido por 24 horas e, caso não seja quitado imediatamente, o visitante terá até 30 dias para efetuar o pagamento sem qualquer penalidade.

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Entretanto, a medida já gera preocupação entre moradores e comerciantes. Muitos temem que a nova taxa possa afastar turistas e, consequentemente, impactar negativamente o comércio local, que depende fortemente da visitação. A comerciante Silvia Martins Rosa expressou sua preocupação, afirmando que a situação é arriscada e que a cidade não pode se dar ao luxo de perder visitantes.

De acordo com a aposentada Meiry Silveira, a cobrança de taxas extras pode desestimular os turistas. Ela comentou: "Já temos que pagar estacionamento e agora a taxa, isso pode fazer com que muitos desistam de viajar para cá". Outros, como o proprietário de um hotel, Deusmar da Silva, também manifestaram receio: "Se os hóspedes não virem, como vamos nos sustentar?".

Além disso, a TPA é considerada uma forma de compensar os danos causados pela superlotação turística. O prefeito Marra ressaltou a importância da taxa para a manutenção da cidade, que é um destino turístico consolidado. "Não se trata de um investimento, mas de uma reposição. É uma forma de amenizar as despesas públicas com benefícios claros para os turistas e para a cidade", concluiu.

Os moradores de Caldas Novas estão isentos da taxa, conforme prevê o projeto de lei, que também se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a constitucionalidade de taxas semelhantes em outras localidades, como Bombinhas (SC).

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