Ecorodovias conquista concessão da Nova Raposo com outorga de R$ 2,19 bilhões
Leilão garantiu ao grupo a administração de 92 km de rodovias essenciais na região metropolitana de São Paulo
O grupo Ecorodovias foi o vencedor do leilão para a concessão de 92 quilômetros de rodovias do projeto Nova Raposo, realizado nesta quinta-feira na B3. A empresa apresentou uma oferta de R$ 2,19 bilhões, o que representa um ágio de 47.117,67% sobre o valor mínimo de R$ 4,6 milhões estabelecido pelo governo de São Paulo.
Com essa concessão, a Ecorodovias assumirá a administração de trechos importantes, incluindo as rodovias Raposo Tavares (SP-270) e Castelo Branco (SP-280), além de uma ligação entre Cotia e Embu das Artes. O contrato terá validade de 30 anos e prevê investimentos que somam cerca de R$ 8 bilhões ao longo do período.
Atualmente, as rodovias em questão estão sob a gestão da Via Oeste, uma concessionária pertencente ao grupo CCR. A Ecorodovias não foi a única a participar da disputa; outras empresas como CCR, EPR e Via Appia também apresentaram propostas, mas a oferta da Ecorodovias se destacou significativamente.
O leilão, que ocorre em um contexto de reestruturação das concessões rodoviárias no estado, visa melhorar a infraestrutura viária e a segurança no tráfego. As rodovias abrangidas pelo projeto são consideradas essenciais, pois elas conectam a capital paulista ao oeste do estado, onde circulam diariamente aproximadamente 720 mil veículos.
Além da duplicação de pistas e da construção de faixas adicionais, o projeto inclui a instalação de 13 pedágios, sendo cinco na rodovia Raposo Tavares, cinco na Castelo Branco e três na rodovia Coronel PM Nelson Tranchesi (SP-029). A Ecorodovias planeja implementar melhorias significativas na segurança viária, com um investimento previsto de R$ 1,3 bilhão destinado exclusivamente a essa finalidade.
Frederico Ribeiro, sócio da consultoria Radar PPP, destacou que o volume de obras planejadas é expressivo, especialmente considerando a extensão do trecho. Ele acredita que a complexidade do projeto e a recente experiência com sistemas de cobrança de tarifa em fluxo livre têm incentivado propostas mais agressivas por parte dos licitantes.
Entretanto, o projeto da Nova Raposo não está isento de críticas. O movimento Nova Raposo, NÓO! expressou preocupações sobre o impacto ambiental das desapropriações necessárias para a execução das obras. Com mais de 25 mil assinaturas, o abaixo-assinado argumenta que a iniciativa pode causar danos irreparáveis a áreas verdes e aumentar o risco de enchentes na região.
O governo do estado ainda não definiu um prazo para a conclusão das obras, mas afirma que o objetivo é melhorar a trafegabilidade e a segurança para motoristas, ciclistas e pedestres.
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