A FTC exige informações sobre produtos da Microsoft em nuvem, IA e segurança cibernética após falhas de segurança
28 de Novembro de 2024 às 19h42

Investigação antitruste nos EUA mira práticas comerciais da Microsoft

A FTC exige informações sobre produtos da Microsoft em nuvem, IA e segurança cibernética após falhas de segurança

A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) anunciou a abertura de uma investigação antitruste sobre a Microsoft Corp., com foco nas suas práticas comerciais relacionadas à computação em nuvem, inteligência artificial (IA) e segurança cibernética. A iniciativa surge em um contexto de crescente preocupação sobre o domínio da empresa no mercado e suas implicações para a concorrência.

Após mais de um ano de entrevistas informais com concorrentes e parceiros comerciais, a FTC formalizou uma solicitação abrangente de informações à Microsoft. De acordo com fontes próximas ao caso, a demanda, que contém centenas de páginas, foi assinada pela presidente da FTC, Lina Khan, e enviada à empresa de Redmond, Washington.

Na próxima semana, advogados da FTC se reunirão com concorrentes da Microsoft para coletar dados adicionais sobre as práticas comerciais da gigante da tecnologia. A Microsoft e a FTC não comentaram sobre a investigação até o momento.

A análise da FTC ganhou impulso após uma série de incidentes de segurança cibernética que afetaram produtos da Microsoft, destacando sua posição como uma das principais fornecedoras de software e serviços de nuvem para agências governamentais dos EUA, incluindo o Departamento de Defesa. O aumento das preocupações em torno da segurança cibernética da empresa torna a investigação ainda mais relevante.

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A investigação atual é vista como um dos últimos atos de Lina Khan na liderança da FTC, que tem sido conhecida por sua abordagem rigorosa em relação ao poder corporativo. Com a proximidade da transição para a administração do presidente eleito Donald Trump, que pode adotar uma postura menos agressiva em relação à regulamentação, a continuidade do caso ficará a cargo do novo presidente da FTC, que ainda não foi nomeado.

A FTC já havia processado outras grandes empresas de tecnologia, como Amazon e Meta, por práticas anticompetitivas. O inquérito sobre a Microsoft é parte de um esforço mais amplo do governo Biden para investigar como as empresas de tecnologia influenciam o consumo de informações e as interações online.

Historicamente, a Microsoft já enfrentou escrutínio antitruste, como ocorreu no final da década de 1990, quando o governo tentou dividir a empresa devido ao seu domínio no mercado de sistemas operacionais. Embora um juiz tenha ordenado a separação, a decisão foi posteriormente anulada por um tribunal de apelações.

Além de examinar as práticas de licenciamento de software da Microsoft, a FTC também está atenta às implicações de sua crescente influência no setor de inteligência artificial. A Microsoft é a maior investidora na OpenAI, que desenvolve o chatbot ChatGPT, e tem integrado a IA em muitos de seus produtos, incluindo o mecanismo de busca Bing.

Com um valor de mercado superior a US$ 3 trilhões, a Microsoft continua a expandir seus negócios, incluindo a recente aquisição da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões. A empresa, no entanto, tem enfrentado críticas por suas práticas de agrupamento de produtos, que dificultam a concorrência no setor.

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