Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, defende medidas para controlar a inflação em evento com empresários.
29 de Novembro de 2024 às 09h18

Banco Central se prepara para aumentar juros em resposta ao crescimento econômico

Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, defende medidas para controlar a inflação em evento com empresários.

No último dia 28 de novembro, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central (BC) em janeiro, reafirmou a necessidade de elevar a taxa de juros como uma medida para controlar a inflação, que deve ser mantida em torno de 3%. O diretor de Política Monetária do BC destacou que a atual situação econômica do Brasil, caracterizada por um baixo nível de desemprego e crescimento robusto, exige uma postura firme da autarquia.

Durante um evento promovido pela Esfera Brasil em São Paulo, Galípolo enfatizou que a função do Banco Central é muitas vezes mal interpretada. Ele comparou a atuação da instituição a um “cara chato da festa”, que precisa “diminuir o som” para evitar que a situação saia do controle. “O Banco Central tem a responsabilidade de desacelerar a economia quando necessário, para que não haja descontrole”, afirmou.

O futuro presidente do BC também comentou sobre a complexidade de explicar a resiliência da economia brasileira, mesmo diante de juros elevados. “É um tema que esta geração terá que enfrentar. Não existe uma solução simples para o Brasil, é necessário analisar várias dissonâncias e buscar as melhores práticas globais”, disse Galípolo.

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Galípolo ainda se debruçou sobre a importância de um debate mais amplo sobre as políticas econômicas no país. Ele destacou que a taxa de juros fixada pelo Tesouro não é a mesma que a do Banco Central, o que gera discussões sobre a normalização das políticas monetárias brasileiras em comparação com as melhores práticas internacionais.

O diretor do BC também abordou as expectativas inflacionárias e a desancoragem que incomoda a autarquia. “Estamos cientes das pressões sobre os preços e do impacto que isso gera na população. O mal maior seria não agir diante da situação atual”, ressaltou.

Além disso, Galípolo respondeu a questionamentos sobre sua liberdade de atuação frente ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou para o cargo. Ele reafirmou que o BC deve focar exclusivamente em controlar a inflação, sem se deixar levar por pressões políticas.

Por fim, Galípolo concluiu que a autonomia do Banco Central é fundamental para a condução da política monetária. “Estamos equipados com todas as ferramentas necessárias para garantir uma política monetária eficaz”, finalizou.

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