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Polícia divulga retrato falado de suspeito de matar delator do PCC em Guarulhos
Retrato foi revelado 20 dias após a execução de Vinicius Gritzbach no aeroporto de Guarulhos.
A Polícia Civil de São Paulo divulgou, nesta sexta-feira (29), o retrato falado de um dos suspeitos de ter assassinado o empresário Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu no dia 8 de novembro, na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Gritzbach foi alvo de uma execução a tiros, presumivelmente por sua colaboração com as autoridades em investigações que envolvem lavagem de dinheiro da facção criminosa. O retrato falado foi apresentado pela polícia após 20 dias de investigações intensas, e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está em busca de informações que levem à identificação do criminoso.
Segundo relatos, Gritzbach estava acompanhado de sua namorada quando foi surpreendido por disparos de fuzil, em plena luz do dia. A execução aconteceu em frente ao Terminal 2 do aeroporto, um local de grande movimentação e visibilidade, o que levanta questões sobre a audácia dos criminosos. Informações preliminares indicam que, após o crime, os suspeitos abandonaram o veículo utilizado na fuga e se dispersaram nas imediações.
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As autoridades já identificaram outros dois envolvidos no crime: Kauê do Amaral Coelho e Matheus Augusto de Castro Mota. Ambos teriam desempenhado papéis cruciais na logística da execução, sendo considerados amigos próximos do delator. A Justiça já decretou a prisão dos suspeitos, que estão sendo procurados por agentes da polícia.
Vinicius Gritzbach, que havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público, estava no centro de uma das maiores investigações sobre o tráfico de drogas em São Paulo. Ele era acusado pelo PCC de ter causado um desfalque de R$ 100 milhões em bitcoins nas finanças da facção. O acordo de delação foi homologado em abril de 2024, e sua colaboração prometia revelar detalhes sobre as operações do crime organizado, incluindo o envolvimento de grandes nomes do futebol.
O empresário, que estava em liberdade desde junho do ano passado, tinha um histórico de envolvimento com o tráfico e criptomoedas, e sua morte foi considerada uma represália por sua delação. A Secretaria da Segurança Pública informou que equipes do DHPP e da Delegacia de Atendimento ao Turista (DEATUR) continuam a investigar o caso e buscam esclarecer as circunstâncias que cercam o assassinato.
A execução de Gritzbach destaca a complexidade e a violência do crime organizado em São Paulo, especialmente em relação ao PCC, que atua com grande poder na região. As investigações estão em andamento e a polícia pede que qualquer informação sobre os suspeitos seja encaminhada para as autoridades.
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