A operação, realizada pelo Gaeco, busca esclarecer como o PCC obteve senhas para acessar informações confidenciais.
28 de Novembro de 2024 às 15h47

Ministério Público investiga acesso irregular de dados do PCC a processos sigilosos

A operação, realizada pelo Gaeco, busca esclarecer como o PCC obteve senhas para acessar informações confidenciais.

Na manhã desta quinta-feira, 28, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) lançou uma operação para investigar o acesso irregular de dados sigilosos por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), visa desmantelar um esquema que envolve obstrução da Justiça, violação de sigilo e corrupção.

Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão em diversas localidades da Grande São Paulo, bem como em cidades do interior. A atuação conta com o apoio da Polícia Militar, totalizando cerca de 40 agentes envolvidos nas diligências.

A investigação começou após suspeitas de que advogados, membros do PCC e terceiros teriam conseguido acesso indevido a informações confidenciais de processos judiciais. De acordo com o MP-SP, os criminosos obtiveram, em circunstâncias ainda não esclarecidas, senhas que possibilitaram o acesso a dados sigilosos, prejudicando investigações em andamento.

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O MP-SP informou que, conforme apurado, “criminosos, inclusive ligados ao Primeiro Comando da Capital, obtiveram em circunstâncias ainda a serem esclarecidas senha para acessar conteúdo de processos judiciais, com violação de dados sigilosos”. Essa situação levanta preocupações sobre a integridade das investigações e a segurança das informações judiciais.

Além do servidor que teve sua senha utilizada, um segundo suspeito também foi preso temporariamente. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) optou por não comentar sobre a investigação, que está em sigilo, e a identidade dos investigados não foi divulgada, impossibilitando a reportagem de contatar suas defesas.

Os promotores do MP-SP ressaltam que, embora muitos processos sejam públicos, existem casos em que o sigilo é necessário para proteger a intimidade das vítimas e a integridade das apurações. Os processos que correm em segredo de Justiça são frequentemente os mais visados por esquemas fraudulentos, com registros de acessos indevidos que podem ultrapassar uma centena de vezes.

As investigações continuam, e novas informações devem ser divulgadas conforme o andamento da operação, que visa não apenas identificar os responsáveis pelo vazamento, mas também assegurar a proteção dos dados judiciais e a eficácia das investigações em curso.

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