Servidor do Ministério Público é preso suspeito de vazar dados para o PCC em SP
Operação investiga acesso de criminosos a informações sigilosas do Tribunal de Justiça de São Paulo.
São Paulo – Um servidor do Ministério Público de São Paulo foi detido nesta quinta-feira (28/11) sob suspeita de facilitar o acesso de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) a dados sigilosos relacionados a investigações judiciais. A prisão ocorreu durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que busca esclarecer como os criminosos conseguiram acessar senhas para invadir o sistema do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
De acordo com a investigação, mais de cem acessos utilizando a senha do servidor foram identificados, permitindo que membros do PCC e outros usuários vasculhassem processos em segredo, o que teria antecipado operações policiais. Promotores do Gaeco estão apurando se o servidor colaborou ativamente com os criminosos ou se sua senha foi vazada sem seu consentimento.
Além da prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados a pelo menos cinco outros investigados na capital e na Grande São Paulo. Os agentes envolvidos na operação apreenderam um computador e quatro celulares, que podem conter informações relevantes para a investigação.
A suspeita de que a senha do servidor estivesse em mãos de criminosos surgiu após uma operação realizada em fevereiro, quando promotores notaram que os investigados pareciam estar informados sobre mandados judiciais antes de serem cumpridos. Isso levantou questionamentos sobre a integridade das informações processuais e possíveis vazamentos internos.
Os crimes em investigação incluem obstrução da Justiça, violação de sigilo e corrupção. O Gaeco reiterou que a investigação está em andamento e que outras detenções podem ocorrer à medida que novas evidências forem coletadas.
A situação levanta preocupações sobre a segurança dos dados judiciais e a possibilidade de infiltração de organizações criminosas em instituições públicas. O Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestou sobre o caso, afirmando que não comenta investigações em curso.
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