Cotações do petróleo caem com adiamento de reunião da Opep+ e incertezas internas
O preço do barril de Brent caiu 0,46% e do WTI recuou 1,05%, com divergências na Opep+ em pauta.
As cotações do petróleo apresentaram queda nesta sexta-feira (29), pressionadas pelo adiamento da reunião semestral da Opep+, que demonstra sinais de divergências internas entre seus membros.
O barril de petróleo tipo Brent, negociado em Londres para entrega em janeiro, teve uma queda de 0,46%, sendo cotado a 72,94 dólares. Por sua vez, o equivalente americano, o West Texas Intermediate (WTI), que vence no mesmo mês, recuou 1,05%, alcançando 68 dólares.
Os analistas mantêm um consenso sobre a possibilidade de cortes voluntários adicionais por parte dos países que compõem a Opep+. Contudo, o adiamento da reunião suscitou especulações sobre uma potencial “decisão de choque”, que poderia visar um aumento na produção do grupo, em uma estratégia de “guerra de preços” para preservar sua participação no mercado global, conforme explica Han Tan, analista da Exinity.
Paises como os Emirados Árabes Unidos e o Cazaquistão estão pressionando por novos projetos de exploração petrolífera, o que reforça a demanda por uma produção maior.
A reunião, que contaria com a presença de 22 membros da Opep+, estava agendada para ocorrer neste domingo, mas foi transferida para a próxima quinta-feira. A entidade justificou o adiamento informando que “vários dos ministros que participam estão na 45ª cúpula do Golfo” no Kuwait neste fim de semana.
Segundo especialistas, essa mudança de data pode servir, em primeira instância, como uma estratégia para ganhar tempo e possibilitar que os países-membros cheguem a um consenso.
“Há especulações sobre diferenças no interior do grupo... mas, em geral, esses adiamentos têm o objetivo de buscar um consenso”, afirma John Kilduff, da Again Capital.
Do ponto de vista geopolítico, a trégua entre Israel e Hezbollah no Líbano, que está em vigor desde quarta-feira, contribuiu para a diminuição do prêmio de risco que anteriormente impulsionava os preços do petróleo.
Além disso, os investidores estão preocupados com as políticas do ex-presidente Donald Trump, que podem levar a um novo aumento nas perfurações nos Estados Unidos, o que, segundo Kilduff, “pode acentuar o desequilíbrio da oferta em escala mundial”.
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