Petróleo fecha em alta impulsionado por cortes da Opep+ e tensões geopolíticas
Com dólar fraco, Opep+ planeja estender cortes de produção até o fim do primeiro trimestre de 2025
Os contratos futuros de petróleo registraram alta nesta terça-feira, 3, refletindo um cenário de dólar fraco e a expectativa em torno da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de estender os cortes na produção. Com a commodity cotada na moeda americana, o fechamento em alta ocorre em meio a um clima de incerteza e tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro teve um aumento de 2,70%, fechando a US$ 69,94 o barril. O Brent, por sua vez, que é negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 2,49%, atingindo US$ 73,62 o barril. Esses números refletem não apenas a movimentação do dólar, mas também a preocupação com a dinâmica do mercado global de petróleo.
Fontes próximas à Opep+ indicam que a organização planeja manter os cortes na produção, atualmente fixados em 5,86 milhões de barris por dia, até o final do primeiro trimestre de 2025. A decisão será debatida em reunião marcada para esta quinta-feira, 5, e visa estabilizar o mercado diante da desaceleração da demanda global e do aumento da produção fora do grupo.
O Commerzbank avaliou que, “como isto estaria em grande medida em linha com as expectativas do mercado, o impacto sobre o preço do petróleo será provavelmente neutro”. Contudo, a análise não ignora as incertezas que cercam a situação, especialmente a posição dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que recentemente receberam autorização para aumentar gradualmente sua produção em 300 mil barris por dia, a partir de janeiro.
A recente pesquisa da Bloomberg revela que os EAU aumentaram sua produção significativamente em novembro, alcançando quase 350 mil barris por dia acima do acordado. Esse cenário pode gerar tensões dentro da Opep+, levantando dúvidas sobre a viabilidade dos cortes voluntários de produção.
Além disso, a Capital Economics alerta que o principal risco que pode elevar o prêmio de risco petrolífero é uma escalada no conflito no Oriente Médio, que poderia ameaçar o abastecimento global. A consultoria enfatiza que, apesar do cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, o equilíbrio de riscos no mercado petrolífero não foi drasticamente alterado. A preocupação imediata é que um alargamento do conflito possa resultar em ataques à infraestrutura energética do Irã, desencadeando uma retaliação contra outros produtores na região do Golfo.
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