Ofensiva marca o maior ataque na guerra civil síria desde 2016 e provoca deslocamento em massa de civis.
30 de Novembro de 2024 às 01h09

Rebeldes sírios invadem Aleppo e causam nova onda de violência na região

Ofensiva marca o maior ataque na guerra civil síria desde 2016 e provoca deslocamento em massa de civis.

Rebeldes sírios realizaram uma invasão a Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, nesta sexta-feira, 29, marcando o primeiro confronto com as forças do governo desde 2016. O ataque, classificado como uma ofensiva surpresa, resultou na fuga de numerosos moradores e gerou preocupações em uma região que ainda se recupera dos efeitos de anos de conflitos.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, as forças jihadistas, lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), conseguiram tomar o controle de partes significativas da cidade. O diretor da organização, Rami Abdul Rahman, afirmou que “metade de Aleppo está sob controle dos rebeldes e não houve combates significativos, pois as forças do regime se retiraram”.

A ofensiva começou após a entrada de milhares de rebeldes nas aldeias e cidades do noroeste da Síria, levando ao pânico entre os civis, que abandonaram suas casas em busca de segurança. Relatos indicam que dezenas de combatentes de ambos os lados perderam a vida durante os confrontos.

Este ataque representa uma nova escalada na guerra civil síria, que teve início em 2011, e ocorre em um contexto de conflitos paralelos no Oriente Médio, incluindo a situação na Faixa de Gaza e no Líbano. Aleppo não sofria ataques desde 2016, quando as forças do presidente Bashar al-Assad, com apoio da Rússia, Irã e milícias aliadas, recuperaram o controle da cidade após uma intensa campanha militar.

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Os recentes avanços dos rebeldes foram facilitados pela aparente fraqueza das forças do governo, que não conseguiram reagir de forma eficaz. As milícias rebeldes utilizaram as redes sociais para solicitar a rendição das tropas do regime, que se mostraram incapazes de conter a ofensiva.

A escalada de violência ocorre em um momento em que o Hezbollah, milícia libanesa aliada ao governo sírio, enfrenta seus próprios desafios, com intensos conflitos e bombardeios israelenses em suas bases. Segundo a conselheira sênior do International Crisis Group, Dareen Khalifa, a rápida ação dos rebeldes pegou muitos de surpresa e reflete uma distração das forças estrangeiras que apoiam o regime.

As autoridades turcas relataram que as milícias rebeldes haviam planejado uma ofensiva “limitada”, mas que esta se expandiu rapidamente após o recuo das forças governamentais. O objetivo inicial era restabelecer os limites de uma zona de desescalada, mas a situação se deteriorou rapidamente.

O governo sírio e o Kremlin, por sua vez, descreveram a invasão como uma violação da soberania síria e prometeram restabelecer a ordem na região. As forças armadas sírias afirmaram ter entrado em confronto com os rebeldes, destruindo equipamentos e drones, e acusaram os insurgentes de disseminar informações falsas sobre seus avanços.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também relatou que os rebeldes detonaram carros-bomba durante os confrontos, intensificando ainda mais a violência na cidade. Com a situação se agravando, as autoridades turcas e internacionais expressaram preocupação com o crescente número de deslocados, estimando que mais de 14 mil pessoas tenham sido forçadas a deixar suas casas devido à escalada dos combates.

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