Ataques aéreos na Síria resultam em 25 mortes, incluindo crianças em Idlib
Conflito intensifica em região rebelde enquanto governo sírio busca retomar controle de Aleppo
Na manhã desta segunda-feira (2), o serviço de resgate conhecido como Capacetes Brancos informou que pelo menos 25 pessoas foram mortas em ataques aéreos realizados pela Rússia e pelo governo sírio na cidade de Idlib, no noroeste da Síria. Os bombardeios ocorreram no domingo (1º), em uma área controlada por rebeldes, e deixaram ainda 125 feridos, segundo relatos de moradores.
Os ataques aéreos atingiram uma região residencial no centro de Idlib, onde cerca de quatro milhões de pessoas vivem em condições precárias, em tendas e moradias improvisadas. Entre os mortos, 10 eram crianças. Desde o início da escalada de bombardeios em 27 de novembro, o número total de vítimas chega a 56, incluindo 20 crianças, conforme informações divulgadas pelos Capacetes Brancos.
As forças armadas sírias, em conjunto com a Rússia, alegam que os alvos dos ataques eram esconderijos de grupos insurgentes, negando qualquer intenção de atingir civis. No entanto, os relatos de moradores contradizem essa afirmação, uma vez que os bombardeios ocorreram em áreas densamente povoadas.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, reiterou seu compromisso em eliminar os insurgentes que têm avançado em direção à cidade de Aleppo, a segunda maior do país. Em declarações à mídia estatal, Assad declarou: “Os terroristas só conhecem a linguagem da força e é com essa linguagem que os esmagaremos”.
Os insurgentes, que ocupam a província de Idlib, são uma coalizão de grupos armados que recebem apoio da Turquia, incluindo o Hayat Tahrir al-Sham, um grupo classificado como terrorista por diversas nações, incluindo os Estados Unidos e a própria Rússia.
Um comunicado conjunto emitido por Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido pediu a “desescalada por todas as partes e a proteção dos civis e da infraestrutura para evitar mais deslocamentos e interrupções no acesso humanitário”. A situação em Aleppo se tornou crítica, com os rebeldes intensificando suas operações na região, forçando o exército sírio a reestruturar suas tropas e buscar reforços.
O comandante das Forças Democráticas Sírias, Mazloum Abdi, também expressou preocupação com a criação de um “corredor humanitário” entre as áreas controladas pelos curdos e Tel Rifaat, uma região estratégica a noroeste de Aleppo. Abdi afirmou que os ataques de grupos armados apoiados pela Turquia têm dificultado essa iniciativa, ressaltando que suas forças continuam a resistir para proteger a população local.
A guerra civil na Síria, que já dura mais de uma década, resultou em centenas de milhares de mortes e milhões de deslocados. O conflito, que começou em 2011 durante a Primavera Árabe, tem se intensificado, especialmente nas últimas semanas, com o aumento das hostilidades e a deterioração da situação humanitária na região.
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