Ethereum se destaca como vice-líder em mercado cripto, mas sem protagonismo em 2024
Embora tenha registrado alta de 55%, a criptomoeda ainda não brilha como outras no setor, como o bitcoin.
A segunda maior criptomoeda do mundo, o ethereum, tem se mostrado um coadjuvante discreto no atual ciclo de alta do mercado, mesmo apresentando uma valorização de 55% em 2024. Em contrapartida, o bitcoin, líder absoluto do setor, teve uma performance impressionante, com um aumento de cerca de 127% até o momento.
Enquanto isso, a solana, que possui características tecnológicas similares ao ethereum, teve um crescimento ainda mais expressivo, superando 130% em valorização. Apesar de seu desempenho relativamente apagado, especialistas afirmam que o ethereum deve manter sua posição como a segunda maior criptomoeda durante este ciclo de alta.
Um dos principais fatores que impulsionaram o mercado de criptomoedas neste ano foi o início das negociações de fundos de índice (ETFs) de bitcoin nos Estados Unidos, em janeiro. Meses depois, os ETFs ligados ao ethereum foram introduzidos, mas não atraíram o mesmo nível de atenção dos investidores.
“O mercado investiu muito em expectativas, mas acabou se frustrando ao observar que a atenção estava concentrada no bitcoin”, afirmou Beto Fernandes, analista da corretora cripto FoxBit. Ele acredita que, com o tempo, à medida que os investidores ganharem mais confiança para investir em ETFs de criptomoedas, a exposição ao ethereum poderá aumentar como uma forma de diversificação.
Historicamente, em ciclos de alta, o padrão observado é que o bitcoin avança inicialmente, seguido por uma estabilização de seu valor, permitindo que as moedas secundárias, conhecidas como altcoins, comecem a se valorizar.
Atualmente, com o bitcoin enfrentando resistência na barreira psicológica dos US$ 100 mil, analistas acreditam que ativos considerados como “plataformas” para finanças descentralizadas, como o ethereum, podem começar a capturar a liquidez do mercado.
A performance abaixo das expectativas do ethereum pode criar uma demanda reprimida, o que, segundo Israel Buzaym, especialista da Bitybank, pode posicioná-lo como uma das grandes apostas para as próximas semanas.
Apesar de ainda não ter se destacado como esperado, o ethereum permanece confortavelmente na segunda posição em termos de capitalização de mercado, com aproximadamente US$ 430 bilhões, em comparação aos US$ 1,88 trilhões do bitcoin. Relatórios revelam que, na América Latina, o ethereum representa, em média, 19% dos ativos nos portfólios dos usuários.
Como plataforma blockchain para aplicações descentralizadas, o ethereum é amplamente reconhecido. Projetos que utilizam essa tecnologia no mercado tradicional, como o Drex, moeda digital do Banco Central do Brasil, preferem o ethereum devido à sua infraestrutura consolidada.
Entretanto, a solana, que oferece transações mais rápidas, tem se destacado também. Após um período de baixa visibilidade devido a associações com fraudes, a solana voltou a ganhar força em 2023, especialmente no nicho das memecoins, que estão em alta no mercado americano.
“Embora o ethereum seja tecnologicamente mais robusto que a solana, a valorização recente da solana se deve ao fato de investidores perceberem que a moeda estava subvalorizada”, conclui Fernandes. Apesar disso, ele não acredita que a solana se torne a “killer” do ethereum, ressaltando que o ecossistema do ethereum possui projetos sólidos que também são chamados de “solana killers”.
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