Ministro Luís Roberto Barroso determina que governo paulista apresente informações adicionais em cinco dias úteis
21 de Novembro de 2024 às 17h11

STF exige esclarecimentos do governo de SP sobre uso de câmeras por policiais militares

Ministro Luís Roberto Barroso determina que governo paulista apresente informações adicionais em cinco dias úteis

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que o governo de São Paulo forneça esclarecimentos adicionais sobre o uso das câmeras corporais adquiridas para os policiais militares. A decisão, proferida na quinta-feira (21), estabelece um prazo de cinco dias úteis para a apresentação das informações solicitadas.

De acordo com Barroso, as informações previamente enviadas pelo estado foram consideradas insuficientes para o monitoramento adequado dos compromissos assumidos com a Corte. O contrato em questão, assinado em setembro com a Motorola Solutions, envolve a aquisição de 12 mil câmeras corporais, totalizando um investimento de R$ 105 milhões ao longo de 30 meses.

O STF já havia recebido documentos sobre o andamento da licitação e da contratação dos serviços relacionados às câmeras, mas a análise revelou a necessidade de um detalhamento maior. O governo paulista deve anexar o inteiro teor do contrato e de todos os outros contratos vigentes para o fornecimento de câmeras corporais, além de um cronograma detalhado de execução e relatórios sobre os testes realizados.

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Entre os esclarecimentos exigidos, Barroso solicita informações sobre a efetividade dos equipamentos e o estágio atual do desenvolvimento de um software que permitirá a gravação automática em situações específicas, como ao detectar estampidos de tiro ou quando o equipamento se aproxima de uma ocorrência em andamento.

A solicitação de informações ocorre em um contexto delicado, um dia após a morte de um estudante em São Paulo durante uma abordagem policial. O caso gerou repercussão e levantou questionamentos sobre a utilização das câmeras durante ações da polícia. Os agentes envolvidos na abordagem estavam usando câmeras corporais, e as imagens coletadas farão parte do inquérito policial militar que investiga o ocorrido.

A situação evidencia a importância do acompanhamento rigoroso do uso das câmeras corporais, que foram implementadas como uma medida de transparência e responsabilidade nas ações da polícia. A Defensoria Pública de São Paulo já havia solicitado anteriormente a análise do uso dos equipamentos, especialmente em relação ao novo edital que previa a ativação voluntária das câmeras pelos policiais, o que gerou críticas por não garantir gravações ininterruptas durante as operações.

O governo paulista se comprometeu a expandir o uso das câmeras corporais, mas a falta de informações claras e detalhadas sobre a implementação e a efetividade do sistema pode comprometer a confiança pública nas ações policiais. A determinação do STF reforça a necessidade de um monitoramento contínuo e transparente no uso de tecnologias que visam aumentar a responsabilidade e a segurança nas operações policiais.

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