Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro prestou esclarecimentos ao ministro Alexandre de Moraes sobre contradições em depoimentos anteriores.
21 de Novembro de 2024 às 17h16

Mauro Cid mantém acordo de delação premiada após novo depoimento ao STF

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro prestou esclarecimentos ao ministro Alexandre de Moraes sobre contradições em depoimentos anteriores.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve seu acordo de delação premiada mantido nesta quinta-feira, 21, após um novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento, que durou cerca de três horas, foi convocado para esclarecer supostas omissões e contradições apresentadas por Cid em investigações conduzidas pela Polícia Federal.

A defesa de Cid afirmou que o acordo de colaboração não será revogado, garantindo que o militar não perderá os benefícios associados à sua delação, que inclui a liberdade durante as investigações. Embora a Polícia Federal tenha solicitado a rescisão do acordo, Moraes decidiu manter os termos vigentes após ouvir Cid.

Durante o depoimento, Cid foi questionado sobre as contradições encontradas em seus relatos anteriores, especialmente em relação a um suposto plano que teria como alvo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Moraes. As investigações indicam que o militar teria omitido informações cruciais sobre essa trama.

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Documentos encontrados no computador de Cid revelaram detalhes que sugerem um plano orquestrado por militares das forças especiais do Exército. Esses militares teriam realizado ações que incluem a aquisição de chips de celular em nomes de terceiros e visitas às proximidades da residência de Moraes, sempre utilizando codinomes para se comunicar.

Cid, em seu depoimento, negou ter conhecimento sobre o plano de assassinato, afirmando que suas ações estavam relacionadas à vigilância de Moraes, com o intuito de verificar se o ministro mantinha encontros com adversários políticos de Bolsonaro. Mensagens recuperadas pela investigação, no entanto, contradizem essa afirmação.

Este não é o primeiro incidente envolvendo Mauro Cid. O militar foi preso duas vezes anteriormente. A primeira prisão ocorreu em maio de 2023, no contexto de investigações sobre fraudes relacionadas a vacinação, e a segunda em março deste ano, após a divulgação de áudios que revelaram críticas suas ao trabalho da Justiça e à narrativa das investigações.

O desfecho do depoimento de hoje ainda não foi totalmente esclarecido, uma vez que o STF não se manifestou oficialmente sobre a situação do acordo de delação de Cid. A expectativa agora é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, elabore um parecer sobre a validade do acordo, que permanece sob análise.

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