Cezar Bitencourt admitiu que o ex-presidente sabia de um plano para um golpe, mas depois recuou em suas declarações. Entenda o caso.
22 de Novembro de 2024 às 17h07

Contradições marcam depoimento do advogado de Mauro Cid sobre Bolsonaro e plano de golpe

Cezar Bitencourt admitiu que o ex-presidente sabia de um plano para um golpe, mas depois recuou em suas declarações. Entenda o caso.

O advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, fez declarações polêmicas em entrevista recente que geraram confusão sobre o conhecimento do ex-presidente em relação a um suposto plano de golpe de Estado. Durante a entrevista, Bitencourt afirmou que Bolsonaro tinha ciência da intenção de militares de realizar um golpe antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

Inicialmente, o advogado declarou que Bolsonaro "sabia tudo" e que era o líder da organização que arquitetava o plano. Essa afirmação foi feita ao comentar o depoimento de Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ex-ajudante teria mencionado a participação do ex-presidente na trama. Bitencourt ressaltou: "O presidente sabia tudo. Ele era a pessoa que comandava essa organização, tanto que ele acabou denunciado sobre esses fatos".

Entretanto, a situação tomou um rumo diferente quando o advogado, após uma interrupção na transmissão, retificou suas declarações. Ao ser questionado sobre a contradição, Bitencourt disse que não tinha afirmado que Bolsonaro estava ciente de todos os detalhes do plano. Ele afirmou: "Uma coisa importante para retificar, eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Mas alguma coisa ele tinha evidentemente conhecimento".

Essa mudança de posição levantou suspeitas sobre possíveis pressões ou ameaças sofridas pelo advogado. A repórter que conduzia a entrevista, Andrêia Sadi, questionou Bitencourt sobre essa possibilidade, mas o advogado negou qualquer tipo de coerção.

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A Policia Federal (PF) está investigando uma organização criminosa que, segundo as apurações, planejava um golpe de Estado para impedir a posse de Lula. A operação, chamada de Contragolpe, resultou na prisão de quatro militares e um policial federal, com a acusação de que estariam envolvidos em um plano para assassinar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

A PF revelou que o grupo, conhecido como "kids pretos", tinha a intenção de realizar ações violentas para desestabilizar o governo eleito, utilizando técnicas de guerra e planejamento militar avançado. A operação também incluiu mandados de busca e apreensão em diversos estados, além do bloqueio de contatos entre os investigados e a entrega de passaportes.

Em uma nota oficial, a PF afirmou que a organização criminosa utilizou um elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar suas ações. A investigação está em andamento, e novos detalhes sobre o caso devem ser divulgados nas próximas semanas.

O advogado Cezar Bitencourt, ao tentar esclarecer suas declarações, reiterou que Cid confirmou a Bolsonaro o conhecimento sobre o plano de golpe, mas não especificou se era um plano de morte. A confusão em suas declarações levanta questões sobre a credibilidade das informações e a pressão que pode estar sendo exercida sobre os envolvidos.

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