Subprocurador argumenta que Estado não deve financiar remuneração de indiciados por crimes graves.
22 de Novembro de 2024 às 21h41

MP do TCU solicita suspensão de salários de militares indiciados por tentativa de golpe

Subprocurador argumenta que Estado não deve financiar remuneração de indiciados por crimes graves.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) protocolou um pedido para a suspensão dos salários de 25 militares, ativos e na reserva, indiciados pela Polícia Federal (PF) em investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. A solicitação foi feita pelo subprocurador-geral Lucas Furtado nesta sexta-feira, 22, e, se acatada, poderá impactar figuras proeminentes como o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros oficiais de alta patente.

De acordo com Furtado, a medida é necessária para evitar que recursos públicos sejam utilizados para remunerar indivíduos que supostamente tramaram contra o Estado. "A continuidade do pagamento da remuneração a esses indivíduos implica em um gasto injustificável de recursos públicos", afirmou o subprocurador.

O pedido também inclui a solicitação de bloqueio de bens no valor de R$ 56 milhões pertencentes a todos os 37 indiciados pela PF. O subprocurador destaca a relação direta entre as ações dos indiciados e os danos financeiros causados ao patrimônio público durante os eventos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em prejuízos significativos.

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"Permitir que esses indiciados continuem recebendo seus salários seria uma afronta à lógica de responsabilidade fiscal do Estado", enfatizou Furtado. Ele argumenta que o Estado não deve ser conivente com a remuneração de agentes que, supostamente, tentaram desestabilizar a democracia brasileira.

Os indiciamentos, que incluem Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, e outros altos oficiais, são resultado de uma investigação que aponta para uma organização criminosa que buscou impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. As acusações incluem organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

O TCU ainda não iniciou o processo para avaliar a suspensão dos salários, mas a solicitação do MP-TCU foi formalizada e está sendo analisada. O próximo passo será a definição do tribunal sobre a admissibilidade da ação, que poderá ter desdobramentos significativos para os envolvidos.

Em um contexto mais amplo, a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado continua a mobilizar a opinião pública e as instituições, refletindo a necessidade de um debate mais profundo sobre a integridade do sistema democrático no Brasil.

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