Investigado por sua atuação na Abin, Ramagem é o único parlamentar listado entre os indiciados pela Polícia Federal.
21 de Novembro de 2024 às 17h37

Deputado Alexandre Ramagem é indiciado pela PF em inquérito sobre tentativa de golpe no Brasil

Investigado por sua atuação na Abin, Ramagem é o único parlamentar listado entre os indiciados pela Polícia Federal.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil, ocorrido após as eleições presidenciais de 2022. Ele é o único parlamentar entre os 37 indiciados, que incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros envolvidos em tramas golpistas.

Segundo as investigações, Ramagem, que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, teria liderado um esquema de monitoramento clandestino utilizando tecnologia de espionagem. A PF apura a utilização de um programa israelense, o FirstMile, que permitiu a vigilância ilegal de políticos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas.

O indiciamento de Ramagem foi baseado em suspeitas de crimes graves, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas podem somar até 30 anos de prisão. O relatório da PF já foi encaminhado ao STF, onde o caso está sendo analisado.

Ramagem, que é considerado um homem de confiança de Bolsonaro, chegou a ser cotado para assumir a direção da PF no início do governo, mas foi impedido por decisão do STF. Ele se elegeu para a Câmara dos Deputados em 2022, com o apoio da família do ex-presidente, e já enfrentava investigações relacionadas ao uso indevido da Abin.

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Além de Ramagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o indiciamento. Em uma rede social, ele afirmou que aguardará a análise de seu advogado e criticou a atuação da PF, sugerindo que o indiciamento é parte de uma estratégia de perseguição política.

O inquérito da PF não se limita apenas aos atos de 8 de janeiro, mas também abrange as tentativas de deslegitimar o resultado eleitoral e ações que visavam prejudicar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. A investigação revela um cenário de articulação entre diversos setores do governo anterior para desestabilizar a democracia.

Com o indiciamento de Ramagem, a expectativa é que a investigação avance, revelando mais detalhes sobre a trama golpista e o envolvimento de outros agentes políticos. A PF já coletou provas que indicam a conivência de Ramagem com as ações do grupo que planejava o golpe.

As autoridades continuam a investigar os desdobramentos do caso, que promete trazer à tona novas informações sobre a relação entre a Abin e as tentativas de subversão da ordem democrática no país.

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