Bolsonaro classifica inquérito sobre golpe como 'historinha' e menciona perseguição política
O ex-presidente Jair Bolsonaro descredibiliza inquérito da PF que investiga tentativa de golpe e afirma ser alvo de perseguição.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (23) que o inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, é apenas uma "historinha". Durante uma conversa com apoiadores em Alagoas, Bolsonaro se referiu ao processo, que contém mais de 800 páginas, como uma narrativa inventada por seus opositores.
“Não acredito nessa historinha de golpe. Ninguém viu, sequer, um soldado na rua, ninguém sendo preso, nada. Obviamente, o Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, está inventando narrativas, com sua Polícia Federal bastante criativa”, declarou.
Bolsonaro, que é acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, também criticou as supostas "perseguições" que estaria enfrentando. Ele enfatizou que a investigação, que teve início no ano passado, é uma tentativa de deslegitimar sua figura pública.
“Há estardalhaços sobre as informações já identificadas pelo inquérito. Vai plantar batata. Pelo amor de Deus, deixa de querer perseguir as pessoas por interesse pessoal”, completou o ex-presidente.
A investigação da PF foi motivada após a prisão de quatro militares e um policial federal, que teriam planejado assassinar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes. Esses eventos geraram um ambiente de preocupação sobre a segurança institucional no Brasil.
Além de Bolsonaro, outras 35 pessoas estão sendo indiciadas no mesmo processo, incluindo figuras proeminentes do seu governo, como o General Augusto Heleno e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Polícia Federal. Este é o terceiro indiciamento do ex-presidente desde que deixou o cargo, uma vez que ele já enfrentou investigações sobre a venda de joias sauditas e um suposto esquema de fraude em um cartão de vacinação contra a Covid-19.
Com o relatório final do inquérito já entregue ao STF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá decidir se apresenta uma denúncia contra os indiciados. Caso a corte aceite, os acusados se tornarão réus e poderão ser julgados, aprofundando ainda mais a crise política que o país atravessa.
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